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A propósito do agora
divulgado relatório "Uma Década para Portugal", apresentado pelo PS,
onde se vislumbra a tendência keynesiana de muito investimento do Estado para criar
mais emprego e pôr fim à austeridade, Villaverde Cabral escreve no "Observador":
[...] Ora, nada disso vai
acontecer, como não aconteceu antes da bancarrota, quando o único freio ao
desemprego era o aumento da dívida provocado pelo investimento estatal e os
empregos públicos! Nem o Estado irá ter dinheiro para isso nem a austeridade
vai terminar, se por austeridade se entender, como a maioria dos mortais
entende, viver com o rendimento que conseguirmos angariar.
Não concordo com a política
do actual Governo, como já aqui escrevi, pois não corta despesa onde
deve e só mete a faca—escandalosamente—onde a carne é pouca mas não tem osso. Contudo,
voltar ao esquema do endividamento socrático, é de loucos e é isso que se
receia no "Syriza Costaneira".
Enquanto a esquerda
socialista não entender, "como a maioria dos mortais entende", que
austeridade é "viver com o rendimento que conseguirmos angariar", não
há nada a fazer—o bem só dura até acabar o dinheiro dos outros. Já constatamos
isso três vezes em 40 anos, mas o povo continua a votar neles com a louvável e
heróica esperança de que, repetindo a burrice, eles aprendam. Não aprendem:
aquilo é genético e só uma mutação no epigenoma resolve—está escrito nas leis da natureza.
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