
Há duas personalidades no actual Governo que dão para reflectir. A primeira é ministro das Finanças e, sobre ele, limito-me a reproduzir as palavras de Henrique Neto, empresário e militante socialista, publicadas no Jornal de Leiria em 26 de Novembro:
[...] Cabe aqui uma palavra para falar sobre o ministro das Finanças. Sempre nutri por ele o maior respeito, desde o tempo em que foi secretário de Estado do saudoso ministro Sousa Franco. Todavia, todos sabemos dos efeitos perniciosos que a convivência com os maus líderes pode ter sobre os seus seguidores, por vezes mesmo sobre os melhores. Fico pois com a dúvida se isso está a acontecer com o actual ministro das Finanças, mas todos o ficaremos a saber em breve: ou assume seriamente a tarefa de pôr em ordem as contas públicas, que foi o seu objectivo quando chegou ao Governo, começando por dar razão a Oliveira Martins nos seus chumbos à arbitrariedade e ao desmazelo do interesse público, ou teremos mais um cidadão corrompido pelo poder de um primeiro-ministro que, no mínimo, não tem a preparação necessária para o cargo. [...]

Sendo pessoa do núcleo político mais próximo do primeiro-ministro, parece evidente ser essa a opinião deste, que só não a emitiu pessoalmente porque tal lhe terá parecido excessivo. O Dr. Vieira da Silva estará a ser vítima dos efeitos perniciosos que a convivência com maus líderes pode ter sobre os seus seguidores, de que fala Henrique Neto.
Mas estas coisas deixam marcas. Só quem assistiu à figura do ministro, e às suas palavras, durante a audição a que foi obrigado na Assembleia da
Dois ministros, súbita e inesperadamente, na mira da avaliação pública. Quando o carácter de um homem não é claro, olha para os seus amigos, diz um provérbio japonês. Ambos devem pensar nisto. E também que o problema com as anedotas políticas é que elas são eleitas, como alguém disse.
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