A Torre de Pisa é inclinada. Melhor dizendo, é torta. Começou a inclinar-se ainda a construção ia a meio e os construtores, para evitar que caísse, fizeram o resto de modo a corrigir o desvio. Por isso, a inclinação é maior na parte inferior que na superior. Ficou um aborto engraçado e fonte de colossais receitas turísticas. Imaginem que tinha nascido em boas condições! Quantos de nós a conheceríamos?
Pelo parto distócico, tornou-se num bibelô mundial. Há males que vêm por bem. Até Galileo Galilei a usou para dar força à teoria física de que todos os corpos caiem com a mesma velocidade, independentemente do peso, contrariando a teoria de Aristóteles de que um peso de 10 quilos cairia dez vezes mais velozmente que um peso de 1 quilo. Em última análise, Galileo Galilei estava mais perto da verdade, embora não fosse a velocidade que ele queria dizer, mas sim a aceleração. Isso também não interessa muito porque Einstein viria a demonstrar que, na realidade, um peso maior tem mais aceleração na queda no vácuo que um menor, embora a diferença seja insignificante. O importante agora é que Galileo decreveu uma experiência em que deixava cair dois pesos, com 10 quilos e 1 quilo respectivamente, do alto da Torre de Pisa e ambos chegavam ao chão ao mesmo tempo. A ideia era inspirada se Galileo tivesse capacidade de verificar que chegavam ao chão precisamente ao mesmo tempo, mas não tinha. Seria tudo a olho, mas não foi. E não foi porque Galileo nem sequer fez a experiência.
Aristóteles não era pessoa de fazer experiências porque a sua mente sobredotada era muito mais fiável que essa coisa de andar a atirar pedras das alturas. Mas Galileo também afirmou que as duas pedras, ou calhaus, ou sacos de batatas, ou lá o que fosse, chegavam ao mesmo tempo ao chão, mas nunca disse ter feito a experimentação. Era como Aristóteles, mas aldrabava um nadinha. E inventava a aldrabice num laboratório que era, nem mais nem menos, a Torre de Pisa.
Ah ganda Galileo!!...
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
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