CITAÇÕES

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[...] Quando os europeus abonados ameaçam castigar a sério os europeus pelintras que teimam em não encolher os seus défices, o Dr. Seguro reage através da sugestão exactamente inversa. Para o aparente chefe do PS, quem merece castigo são os países que, em lugar de gastarem a mais, gastam a menos. Não brinco, e para o provar anexo a citação, colhida em encontro organizado pelo Diário Económico: "Não entendo porque não se fala em sanções para quem tem excedentes e não os coloca ao serviço da economia."

Note-se que o Dr. Seguro não se opõe às sanções anunciadas por estas representarem a abdicação da soberania por parte dos mendigos da UE: simplesmente acha que as sanções devem punir os países que, em lugar de gastarem por conta, fizeram contas. Na peculiar cabeça dele, deduz-se, sempre que a dívida pública passa os limites do suportável, a solução é aumentá-la. O Estado não tem dinheiro para mandar cantar um cego? Manda-se cantar 800 cegos e construir o TGV. As energias "renováveis" mostram-se vácuas e um assalto ao contribuinte? Inventam-se novos impostos e aposta-se tudo em carrinhos eléctricos e ventoinhas. A Qimonda acumula prejuízos? Há que financiar a Qimonda até à glória terminal. O ensino saltita de fracasso em fracasso? Urge dinamizar as Novas Oportunidades e disseminar o Magalhães. Etc.

O Dr. Seguro, que em tempos prometeu renovar o PS, é afinal o enésimo devoto das virtudes do "investimento" e do "estímulo" públicos, ou um crente na sabedoria estatal por oposição à estupidez dos cidadãos. Se restavam dúvidas, as dúvidas dissiparam-se no referido encontro do DE, talvez ironicamente intitulado "Há Outro Caminho". Espera-se bem que sim, que este já demonstrou não nos levar longe [...]

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Alberto Gonçalves in "Jornal de Notícias"

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