domingo, 25 de dezembro de 2011

A ESQUERDA E AS LAVAGENS AO CÉREBRO

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O País está “de tanga”? Não!... O País, já esteve “de tanga”. Isso foi há alguns anos! Neste momento, o País já nem tanga tem.
E quem é responsável pela situação? Os que constatam o facto e agem em conformidade, bem ou mal como faz o actual governo, ou os que defenderam teorias, práticas e políticas que conduziram em linha recta ao descalabro vigente?
A pergunta pode parecer descabida, é verdade, mas tem razão de ser, porque tudo quanto tenha a ver com medidas para sair do atoleiro em que nos meteram é considerado criminoso e manobra sinistra para favorecer interesses de alguns: da direita, naturalmente. Há discursos, com que não se pode estar em desacordo, a circular caudalosamente na Net, que atribuem ao actual executivo o ónus das medidas que estão a ser tomadas para tirar Portugal do buraco em que está mergulhado. A suspensão de alguns direitos e regalias, o fim de garantias socialmente importantes e a austeridade, acontecem porque um governo de direita é suposto tomar tais medidas. Não porque sejam necessárias, mas porque faz parte de natureza dos governos de direita tomá-las. É a técnica exemplar da manipulação da opinião pública, conduzida com enorme mestria. Por exemplo, este fragmento de hipotética carta dirigida ao Primeiro-Ministro por uma doutorada filha de emigrantes, enfrentando dificuldades comuns aos jovens academicamente graduados de Portugal: [...] Bom, esta carta que, estou praticamente certa, o senhor não irá ler já vai longa. Quero apenas dizer-lhe o seguinte, senhor primeiro-ministro: aos 42 anos já dei muito mais a este país do que o senhor. Já trabalhei mais, esforcei-me mais, lutei mais e não tenho qualquer dúvida de que sofri muito mais. Ganhei, claro, infinitamente menos. Para ser mais exacta o meu IRS do ano passado foi de 4 mil euros. Sim, leu bem, senhor primeiro-ministro. No ano passado ganhei 4 mil euros. Deve ser das minhas baixas qualificações. Da minha preguiça. Da minha incapacidade. Do meu excedentarismo. Portanto, é o seguinte, senhor primeiro-ministro: emigre você, senhor primeiro-ministro. E leve consigo os seus ministros. O da mota. O da fala lenta. O que veio do estrangeiro. E o resto da maralha. Leve-os, senhor primeiro-ministro, para longe. Olhe, leve-os para o Deserto do Sahara. Pode ser que os outros dois aprendam alguma coisa sobre acordos de pesca.
É, claramente, o exemplo de como se lança o labéu sobre quem toma medidas para remediar as asneiras dos outros. A esquerda fá-lo impudicamente, sem vergonha ou escrúpulos. E a direita encaixa: toda a vida o fez, excluindo as ditaduras de direita. Façamos juízos e tomemos decisões de acordo com o que o nosso entendimento acha mais correcto e não com o que está na moda, ou alguns “iluminados” pretendem impor-nos. A técnica de lavar cérebros atingiu eficácia de assustar. As imagens patéticas que chegam da Coreia do Norte estão aí para ilustrar o que afirmo.
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