As modernas técnicas de informação e comunicação consomem actualmente cerca de um décimo de toda a energia eléctrica gerada industrialmente no mundo. É o somatório da energia eléctrica produzida na Alemanha e no Japão, igual à produção mundial em 1985! Um iPhone, feitas todas as contas, gasta mais que um frigorífico médio: 361 versus 322 kW-hora por ano; com o inconveniente do iPhone não manter a cerveja fresca. Usamos 50% mais energia para movimentar bytes que para fazer voar aviões. A base de dados de um servidor pode gastar energia suficiente para abastecer 180 mil lares.
A dimensão deste consumo não é regulável. Se a iluminação
de uma cidade está a consumir muito, pode diminuir-se o número de horas de iluminação
artificial sem grandes problemas. O mesmo pode fazer-se com outros serviços. Mas
a informação e comunicação são serviços globais em funcionamento permanente. E
com tendência a crescer porque o número de pessoas que têm um desktop e um laptop e um tablet e um iPhone, blá blá, blá, é cada vez maior e cada vez mais a
funcionar 24 horas sobre 24.
O dia virá em que os hábitos de comunicação adquiridos
nos levarão à falência. Acabam-se as novelas, acabam-se as transmissões de
futebol, acabam-se os namoros telefónicos, acaba-se o rádio do popó, acaba
"O Dolicocéfalo" (não se perde muito), acaba o Google (uma
desgraça!) e acabam os discursos do Passos Lapin via RêTêPê (graças a Deus).
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