Diz-se habitualmente que o universo tem cerca de 14 mil milhões de anos, o tempo que
decorreu desde o Big-Bang. Deveria antes dizer-se que o universo que
conhecemos, que está para cá do nosso horizonte cósmico, tem cerca de 14 mil
milhões de anos. Para lá desse limite, não sabemos o que há, ou se há alguma
coisa—provavelmente sim, mas o quê?
Foi o Big-Bang um fenómeno menor e circunscrito verificado
num cenário imenso—talvez infinito—constituído por muitos outros universos, uns
mais antigos, outros mais recentes que o nosso, eventualmente alguns a nascer
agora? É esta matéria filosófica pois, como dizia Bertrand Russel, a ciência só
se ocupa do conhecido—o desconhecido é do foro da Filosofia.
Provavelmente, nunca se chegará, pela via científica, à
resposta a tal pergunta; pelo menos pela via científica directa. E digo isto
porque pode verificar-se a circunstância da existência de outros universos ser
vital para explicar o mundo que vemos e em que vivemos. Nessa hipótese, mesmo sem
evidência directa, devemos admitir que existem, até prova em contrário. Será
esse facto, qualitativa e quantitativamente, um dos maiores saltos da humanidade no foro
filosófico. E metafísico também.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário