O leitor sabe quem é Rodrigo Menezes, pois é uma pessoa culta e informada. Infelizmente, tenho
de confessar—envergonhado—que não sabia. Agora sei. Rodrigo Menezes ocupa as
primeiras páginas dos jornais há quatro dias, muito mais que Jorge Sampaio, que
perdeu o pé na Praia da Luz e só foi falado um dia.
Pois Rodrigo Menezes conduzia um carro no Algarve, não
tinha consigo a carta de condução e levaria gente a mais no veículo. Mandado
parar pela GNR, foi multado e não gostou. É normal pois também o senador Mário
Soares, quando foi mandado parar pela GNR a 190 km/h, não gostou. Mas o senador
ainda tinha o argumento atirado ao polícia de trânsito que quem pagaria a
multa seria o Estado, razão porque uma parcela cabia ao agente autuante. Rodrigo Menezes não sendo
beneficiário de tais prerrogativas—embora beneficiário de outras—terá arrancado depois com maus modos, sendo por isso preso e levado a tribunal.
Mas Rodrigo Menezes, que eu—repito—não conhecia até há
quatro dias, diz estar inocente, tem uma advogada para o defender e afirma não
saber de que é acusado. Espero que não seja como o operário a quem caiu um
pingo de solda num olho e terá dito ao colega: ó Manel, tem cuidado, que já me
deitaste um pingo de solda a ferver num olho.
Entretanto, o País envolto em crise, e com a perspectiva
de se envolver ainda mais, tudo esquece pois só quer saber o que acontecerá a
Rodrigo Menezes que não fez nada. Um caso para os jornais acompanharem ao minuto.
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