segunda-feira, 12 de agosto de 2013

PARA ACOMPANHAR

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O leitor sabe quem é Rodrigo Menezes, pois é uma pessoa culta e informada. Infelizmente, tenho de confessar—envergonhado—que não sabia. Agora sei. Rodrigo Menezes ocupa as primeiras páginas dos jornais há quatro dias, muito mais que Jorge Sampaio, que perdeu o pé na Praia da Luz e só foi falado um dia.
Pois Rodrigo Menezes conduzia um carro no Algarve, não tinha consigo a carta de condução e levaria gente a mais no veículo. Mandado parar pela GNR, foi multado e não gostou. É normal pois também o senador Mário Soares, quando foi mandado parar pela GNR a 190 km/h, não gostou. Mas o senador ainda tinha o argumento atirado ao polícia de trânsito que quem pagaria a multa seria o Estado, razão porque uma parcela cabia  ao agente autuante. Rodrigo Menezes não sendo beneficiário de tais prerrogativas—embora beneficiário de outrasterá arrancado depois com maus modos, sendo por isso preso e levado a tribunal.
Mas Rodrigo Menezes, que eu—repito—não conhecia até há quatro dias, diz estar inocente, tem uma advogada para o defender e afirma não saber de que é acusado. Espero que não seja como o operário a quem caiu um pingo de solda num olho e terá dito ao colega: ó Manel, tem cuidado, que já me deitaste um pingo de solda a ferver num olho.
Entretanto, o País envolto em crise, e com a perspectiva de se envolver ainda mais, tudo esquece pois só quer saber o que acontecerá a Rodrigo Menezes que não fez nada. Um caso para os jornais acompanharem ao minuto.
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