O empate
traduz o grande problema da Pátria nossa, onde a terra se acaba e o mar começa,
além da desgraça, da penúria e da aflição que já começaram há muito tempo:
pelo menos 39 anos. O português tem consciência que valem todos a mesma
coisa—o mesmo que nada—e vota, não num partido, mas num clube de futebol, que pode
ser o Benfica, o Sporting, o Porto, o Estoril Praia, ou o Clube Futebol de Perosinho.
Vota numa cor, numa tradição familiar, numa associação—às vezes de
malfeitores—mas não vota num partido político. E não vota em tal porque não há.
Os partidos políticos em Portugal também servem para argumentar contra a prova
da existência de Deus do plano divino de que falo mais abaixo.
E não há excepções: mesmo os que gritam até à afonia por
eleições, como o PCP e o Bloco de Esquerda, desceriam nas votações, de acordo
com as sondagens publicadas. Esses senhores, que também valem zero, querem que
gastemos um dinheirão, se paralise o País durante várias semanas e tenhamos de
os ouvir a bolsar bílis de dia e de noite para nada. Para nada talvez não,
porque parece que perderiam importância parlamentar. Era bom, mas o preço é
muito alto e não há dinheiro.
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