quinta-feira, 1 de agosto de 2013

PONHA UM POUCO DE AMOR NUMA CADÊNCIA

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O trabalhador duma firma que remove elecrodomésticos velhos, segundo se depreende da notícia, teve um acidente em serviço e, conduzido ao hospital, veio a verificar-se que estava embriagado, com taxa de alcoolemia de 2,3 gr/litro.
Despedido, foi o caso parar aos tribunais. No Tribunal da Relação do Porto, os senhores juízes-desembargadores acharam mal o despedimento e escreveram (chama-se a atenção para o facto de que não disseram—escreveram, segundo a notícia): "... com o álcool, o trabalhador pode esquecer as agruras da vida e empenhar-se muito mais a lançar frigoríficos sobre camiões, e por isso, na alegria da imensa diversidade da vida, o público servido até pode achar que aquele trabalhador alegre é muito produtivo e um excelente e rápido removedor de eletrodomésticos". Tal e qual!
Uma dúvida se levanta na mente de quem lê a sentença: alguém fez a determinação da alcoolemia nos excelentíssimos desembargadores que redigiram o naco de prosa em apreço? Ou estamos em face de um caso de plágio  de Vinicius de Moraes?
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(Com colaboração de J. Castro Brito)
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