Efeito placebo é
sentir efeito benéfico com um remédio
inactivo. O inverso—efeito nocebo—é sentir os efeitos indesejáveis desse remédio
inactivo, depois de ser avisado que eles podem ocorrer. Ambos mostram a importância que o psiquismo tem na avaliação da realidade.
Os referidos efeitos não são exclusivos da
Farmacologia—em boa verdade, revelam-se em muitas matérias; por exemplo nos problemas
ambientais. Desde o princípio do Século XIX que a pegada do homem no
ambiente se tornou evidente, com a marca clara da sua actividade na Terra. Exagerou-se e amplificou-se o
problema até limites não muito racionais, criando o que podemos chamar efeito antropoceno, alimentado por gráficos que parecem o perfil duma das metades do Everest—aumento
do consumo de água, diminuição da biodiversidade, aumento do dióxido de carbono
na atmosfera, diminuição do azoto, aumento da densidade populacional e por aí fora.
O antropoceno também tem o seu antropocebo—a convicção de
que há efeitos benéficos em coisas disparatadas. Por exemplo, pacotes de batatas
fritas vendidos em Inglaterra onde está descrita a pegada de carbono das french
fries, ou seja, a quantidade de carbono que foi lançado ao ar para nos "facultarem"
aquele pacotinho de batatas. Há, provavelmente, quem se sinta confortado se se
abstiver de as comprar—de loucos!
.

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