terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

TSIPRAS E OS SANGRADORES DA EUROPA

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Não sei quem é Paulo Barradas, a não ser que escreve no "Expresso", onde se diz ser gestor. Hoje, disserta sobre as personalidades que desde há dias apascentam a Pátria Helénica, o que pode ser resumido em três transcrições:

i) O marketing tão comentado das suas vestes informais teve mais sucesso até agora do que os contactos europeus dos últimos 15 dias. O que não é nada bom sinal para os gregos.

ii) Tsipras tem duas opções para sair do imbróglio em que as suas promessas o meteram: a drástica e a levemente catastrófica.
A opção drástica é convencer os restantes contribuintes europeus a suportar o modo de vida grego anterior à crise financeira, bastante melhor que o actual. Mesmo que isso signifique uma ainda maior redução da qualidade de vida dos restantes contribuintes europeus. Esta opção passaria por um perdão total ou parcial da dívida da Grécia, como prometido ao povo grego, por parte dos restantes contribuintes europeus, que representam cerca de 80% dos credores.
Esta opção é drástica pelo custo que representa para os contribuintes europeus e pela forma como é "imposta" pelo governo grego: se os europeus quiserem que a Grécia fique no Euro têm que perdoar a dívida.
A isto chama-se solidariedade ao estilo grego.

iii) A opção levemente catastrófica é a saída da Grécia do Euro. Se Tsipras não conseguir cumprir o que prometeu, terá que considerar a saída da Grécia do Euro, dada a impossibilidade de se vergar aos restantes contribuintes europeus seus credores.
Apesar dos esforços do governo grego em apregoar a catástrofe que seria para a Europa a sua saída do Euro,  ameaçando com a sua aproximação à Rússia  e com o fim do Euro como um castelo de cartas, os actuais líderes europeus não se deixam intimidar porque consideram este cenário ainda mais catastrófico para os gregos.
Instintos suicidas à parte, ninguém acredita que a Grécia escolha esta via sacra para sair da crise, mas a maioria dos líderes europeus está disposta a pagar para ver.

Suspeito que a cruzada tsipreira vai acabar em estrondoso flop, o que a verificar-se é mau para muitos europeus—portugueses incluídos. Merkel e a plutocracia imoral da Europa andam a precisar duma ensaboadela bem dada—é verdade. Mas falo de  ensaboadela bem dada e não de folclore popularucho, consubstanciado em política de fralda de fora. Claramente, os actuais líderes da Grécia não têm estatura política—ou de qualquer outra natureza—para enfrentar os figurões que sangram os povos deste mundo; e, quando forem reduzidos à sua real insignificância, vão deixar tais vampiros mais fortes. Já todos vimos no que dão as revoluções bolivarianas e pessegadas similares: a cada vez maior margem de manobra dos sangradores internacionais.
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