Jorge Sampaio disse ontem que há mais vida para além do
défice. Peço perdão, mas estou a fazer confusão. O que Sampaio disse ontem foi:
“Eu acho que os períodos difíceis, que é o caso, requerem que se faça o exame
do passado e que se arrumem as coisas que correram bem, e que se faça finca-pé
disso. Constato que se diz ‘seis anos horrorosos’, isso a meu ver é
completamente errado”.
Com atenção e sem esforço, vamos ficando a saber o que se
pensa no PS, ou pelo menos pensam alguns, sobre Sócrates e a sua actuação na
chefia do Partido: “seis anos horrorosos”. Com correligionários assim, o Zézito
não precisa de inimigos!
O problema maior não é o Zézito, nem o PS, nem, menos
ainda, Sampaio. O problema foi a irresponsabilidade dum quase analfabeto levado
ao colo até à chefia do governo de Portugal pelo PS. Quantos, e quantas vezes,
portugueses sensatos, com capacidade intelectual média e acima disso, não se
interrogaram como pôde uma nulidade daquelas chegar a primeiro-ministro. E como
gente normal, a anos luz da nulidade, se sujeitou a participar num governo chefiado
por um homem sem estatura mental, de cultura bastante abaixo da média portuguesa
que já não é famosa, sobre quem caem justificadas suspeitas de coisas
conhecidas que me abstenho de classificar. É um mistério e um estigma para o
PS, com que o Partido terá que viver por muitos anos, mas que o País não deve
perdoar-lhe, porque o fez para manter o poder a qualquer preço.
Não devia o PS manter-se agarrado à governação, mesmo que
esta tivesse que ser feita por Sócrates. Recordo o almirante espanhol Casto
Méndez Núñez que, em circunstâncias de perder todos os navios para um inimigo
que considerava indigno de os usar, os meteu a pique dizendo: Más vale honor
sin buques que buques sin honor.
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