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Quantas jogadas diferentes podem ser feitas no xadrez,
considerando a totalidade das possíveis situações de todos os jogos realizados,
a realizar e dos que nunca serão realizados mas podiam ser? Número infinito?
Parece que não! Será muito grande, mas finito. Vem isto a propósito da recursão
na linguagem de que falávamos ontem.
Como em todas as áreas do saber, na linguística há
correntes ou teorias; muitas vezes mais palpites do que convicções fundamentadas;
mais bitaites que conversa de adultos. A respeito da recursividade, surgiu a
controvérsia entre dois intelectuais: Chomsky que acha ser infinito o número de
expressões possíveis construídas com um número finito de palavras, e Everett
que acha a linguagem como o xadrez – muitas, muitíssimas, um número galáxico, astronómico de expressões, mas com limite.Quem tem razão? Não sei, mas tal como eles, que devem
estar a falar de cor, também tenho opinião. Ora essa!... E acho que, se se
respeitarem as regras da sintaxe da língua usada, o número de frases é limitado.
Por exemplo, se usarmos apenas um único sujeito, um verbo transitivo e um
complemento directo, podemos fazer a experiência. Tente-se com o sujeito “eu”,
o verbo “comprar” e o complemento directo “uvas”. Está na cara que, por maior
que seja a imaginação do falante, chegará depressa ao ponto de não conseguir
inventar mais nada. E se, com um número pequeno de palavras tal acontece, ipso
facto acontecerá também com número maior, embora leve mais tempo. Digo eu... É
a aplicação do gedankenexperiment, ou experimentação mental, de que falávamos há
dias a respeito da experiência de Galileu sobre a aceleração dos corpos em
queda no vácuo, e da Física Teórica que é toda a Física actual.
Serve isto para dizer que os cientistas e investigadores,
sendo pessoas ilustres que devemos considerar, também têm fraquezas humanas,
como ser fervoroso adepto do Sporting,
por exemplo. Por vezes têm fés que mais parecem fezes!
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segunda-feira, 19 de março de 2012
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