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O projecto megalómano e nado morto do TGV, mantido vivo
com meios artificiais de suporte da vida por esse irresponsável sem
classificação taxonómica chamado Zézito, morreu oficialmente. O Tribunal de Contas
passou a certidão de óbito e o Ministério da Economia mandou proceder à
respectiva inumação pela Agência Servilusa, sem funeral oficial e dentro do
maior recato.
Na realidade, não se entende como um aborto assim pode
ter sido concebido, ainda que só teoricamente, na cabeça de gente também à
procura de posição na escala taxonómica. Portugal é um País com alguns
milímetros quadrados à escala internacional, e com necessidades modestas
de ligação ferroviária expedita para Espanha. Se tivesse sido o Homo sapiens a
decidir sobre isso, teria optado simplesmente por uma linha vocacionada para o
transporte de mercadoria, com a bitola correcta, no local correcto, de preço
correcto, e viabilidade económica correcta. Entregue a provincianos parolos,
aspirantes a novos ricos, deu bota e acabou tudo em águas de bacalhau.
E porque são as coisas assim neste País abençoado pelo
Todo Poderoso? São assim porque ser sensato é ser miserabilista, é pensar
curto, é não “deixar obra”. A saloiada geral portuguesa de “deixar obra” vem silenciosamente
minando a Nação como a formiga branca há séculos, mais nas últimas décadas. É o
TGV, são as auto-estradas, as rotundas, os pavilhões “gimnodesportivos”, as
piscinas municipais, os estádios de futebol, os códigos da Justiça, o acordo
ortográfico, a reforma do ensino, blá, blá blá. Todos querem deixar pegada por
onde passam, mas o que lá fica é a marca duma ferradura cavalar,
com desculpa aos equídeos pela comparação.
Salvai-nos Senhor do pecado, não nos deixeis cair em
tentação e, sobretudo, livrai-nos da “obra feita”. Sobretudo isso!
quinta-feira, 22 de março de 2012
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