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Em quase tudo na vida, falhar é insucesso. Será? Talvez
não! Depende do que falha e em que circunstâncias. Na ciência, aprende-se quase
tanto, ou tanto, ou mesmo mais, com os falhanços que com o êxito. O investigador
observa o fenómeno, formula a teoria, faz a experiência e esta mostra que a teoria está errada. Insucesso ou
sucesso? Depende. Primeiro é sucesso porque o investigador fica a saber que a teoria boa não é aquela. Depois porque, se for divulgada a
experiência, isso traz informação útil para quem trabalha na mesma área. Por isso, toda a investigação com resultados negativos devia ser
divulgada na imprensa científica pela precisa razão de ser fracassada e
inconclusiva. Finalmente, porque ciência é saber como as coisas funcionam, e
também como não funcionam.
Uma das maneiras de melhorar qualquer sistema é levá-lo ao
limite da capacidade, até colapsar. Tal faz-se frequentemente com software. O
falhanço do sistema é neste caso a queda para a frente, ou para cima, porque
permite colmatar pontos fracos.
O referido aplica-se a quase tudo na vida - à arte, ao
desporto, à política, à tecnologia, ao ensino, ao jornalismo e muitas coisas mais.
Curiosamente, falhar é conotado quase sempre com fraqueza, insucesso, infelicidade,
estupidez e outras desgraças. Engano. Mostra a experiência que falhar é
aprender. Falhar liberta o sucesso. Afinal, os espíritos superiores aprendem
sempre com a asneira.
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