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Baptista Bastos é um notável plumitivo, em cuja qualidade
escreve nos órgãos de comunicação social. Baptista Bastos foi iluminado pelo “O
Capital”, o “Mein Kampf” dos comunistas, e, em conformidade, escreve coisas
profundas, contundentes, demolidoras e assassinas sobre o capitalismo.
A cada crónica de Baptista Bastos, não fica pedra sobre
pedra no capitalismo nacional, internacional e intergaláctico. Infelizmente, a
capacidade do capitalismo ressuscitar das cinzas é bem maior que a da fénix e
Baptista Bastos não tem débito editorial para tanta ressurreição. Mas arrasa-o
sempre que empunha a pena. Baptista Bastos é a versão moderna do profeta João
de Patmos e os seus trechos são genuínos livros do Apocalipse.
Hoje, escreve no “Diário de Notícias”:
O português comum, que sobrevive asfixiado entre o
desemprego, o fisco, a multa, a humilhação, o vexame, a fome, a doença, a
miséria, os impostos, as taxas moderadoras, a demolição do amor, o divórcio, a
emigração, e outra vez a fome, a doença, a miséria, os impostos, esse português
desorientado, desgraçado e triste sem remissão - que pode fazer ele?, que pode?
Na realidade, não sei o que pode! Confesso que ainda
estou esmagado. Interrogo-me quando recuperarei e se vou recuperar. O génio ao
serviço do arauto de desgraça dá-lhe o dom de nos arrasar. Adoro ler Baptista
Bastos, mas não tenho coragem de o fazer novamente. Depois da experiência de
hoje fiquei com cagaço.
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