Andar a horas é cada vez mais importante numa sociedade
onde o trabalho é rigorosamente metido dentro de prazos estandardizados, sem
tolerância para atrasos. No tempo dos caçadores/recolectores, não havia horas
sequer. Depois, vieram os relógios de sol, em que o tempo era medido pela
dimensão da sombra de uma vara. Os egípcios, que tinham necessidade de saber
que tempo era durante a noite para os seus rituais, inventaram o relógio de
água, um enorme tanque cheio do precioso líquido que corria lenta e mais ou
menos regularmente por um buraco feito no fundo, sendo a hora indicada pelo nível
dentro do recipiente. Só nos anos 1300 apareceram os primeiros relógios
mecânicos, com a aproximação de mais ou menos 15 minutos por dia! Viriam a ser
melhorados com a ideia do holandês Christiaan Huygens, nos anos 1600, de usar o
pêndulo. Aí a aproximação reduziu-se para 10 segundos por dia. Nos anos 1850, a
empresa de Massachussets American Watch Co. lançou no mercado as primeiras “cebolas”
com corda, o que permitiu aos janotas andar com o tempo no bolso.
Mas, com toda a gente de relógio surgiu a questão: que
tempo adoptar? As cidades passaram então a ter relógios públicos em torres por
onde todos os habitantes se regulavam. A trapalhada era enorme: meio-dia numa
terra, 11h e 40m na outra e por aí fora. Com o aparecimento dos comboios a
percorrer enormes distâncias nos Estados Unidos, não havia quem conseguisse fazer
os horários. Foi por isso que se estabeleceram as zonas horárias, todas com a
mesma hora, embora na maior parte das suas áreas a hora não fosse a solar; mas
a aproximação funcionava.No Século XX, vierm os relógios de quartzo: um fragmento do mineral recebe corrente eléctrica e, pressionado levemente, liberta um sinal constante e regular que pode ser lido no mostrador. Mas não há dois relógios de quartzo iguais, mesmo se feitos na mesma linha de montagem: a aproximação ao tempo exacto varia entre um décimo de segundo a dois segundos por dia; e, com o tempo, o rigor do relógio vai diminuindo, sendo afectado pela humidade e pelos pequenos choques resultantes do uso diário. De qualquer forma, o erro é muito pequeno, embora seja útil acertá-los de seis em seis meses por exemplo. Pode fazer-se isso em muitos sites da Internet. Eu uso o site http://www.timeticker.com/ que dá aproximação até ao segundo.
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