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Charles Darwin ensinou que os seres mais aptos sobrevivem
e os fracos desaparecem. É preciso pedalar, lutar e, se necessário, linchar o
próximo: é a vida! É competitiva, claro. Mas os maus é que vencem e os bons
ficam no último lugar – mal feito!
Contudo, o Homo sapiens deu um pouco a volta ao problema.
E o que fez o Homo sapiens? Por exemplo, levanta-se de manhã, vai ao café, toma
o galão, come o croissant. Tal e qual! E daí, perguntar-se-á. Daí, ajuda o dono
do café a sobreviver, ajuda o lavrador que cria a vaca leiteira a sobreviver,
ajuda todos que contribuíram para o café do galão chegar àquele copo, ajuda o
padeiro dos croissants, ajuda o Victor Gaspar, ajuda o empregado do café, blá,
blá, blá. É a cooperação, o novo dado biológico: o homem compete, mas também
coopera. Aí está como é.
É bom? Dizem que sim e eu também acho. Apesar de que há
uma data de artolas que sobrevivem e atrapalham; e reproduzem-se, enchendo o
mundo de artolinhas. Chegados aqui, pergunta-se: qual é o mal dos artolas e dos
artolinhas? A humanidade vai jogar algum campeonato com extra-terrestres e
precisa de ter só bons jogadores no plantel? Não vai.
O problema, se há
problema - e gostava de saber se há – tinha-o Malthus, com essa coisa da progressão
geométrica da população e aritmética dos meios de subsistência.
Mas parece que a questão é mais grave ainda. Ao contrário
das preocupações de Malthus, a ansiedade agora não é só por causa dos meios de
subsistência – a razão é mais ampla porque o planeta está a ficar sem capacidade
de suportar a vida. É a poluição, a desflorestação, eventualmente o
aquecimento, a ameaça de esgotamento dos recursos energéticos, a extinção de
espécies vegetais e animais indispensáveis, particularmente no mar, e outras
coisas que nem sei se são menores ou maiores, como a SIDA, a dependência das
drogas e por aí fora. Uma tragédia!
O facto é que a situação actual é esta: a evolução tinha
inicialmente dois princípios básicos: a mutação genética e a selecção. O primeiro
gerava a variedade biológica, ou seja as espécies, por alterações dos genes; o
segundo escolhia as espécies e os membros de cada espécie mais aptos e
eliminava os mais “fracos”. Agora temos um terceiro princípio, a cooperação,
que controla a selecção, “salvando” os fracos. Tal é humanamente primoroso. Não
sabemos ainda é o que dá. Tenhamos fé.
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terça-feira, 27 de março de 2012
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