A Segunda Lei da Termodinâmica diz que, num sistema fechado (onde a energia não entra nem sai), a quantidade de energia se mantém constante. O automóvel é um exemplo tosco, mas serve: a energia resultante da combustão da gasolina é igual à soma da energia mecânica do movimento mais a energia do calor eliminado directamente pelo motor e indirectamente pelo radiador. Se dois corpos a temperaturas diferentes estiverem em contacto e isolados, o mais quente cede calor ao mais frio até estarem os dois à mesma temperatura, mantendo-se o somatório de calor do conjunto igual. É careca isto.
Do que se disse a propósito do automóvel conclui-se que há perda de energia útil: o calor produzido não serve para quase nada e vai para o ‘lixo’; neste caso a atmosfera. Acontece isto em todas as máquinas, ou seja, a energia total é a mesma, mas a útil diminui. A partir daqui, para complicar um bocadinho, os cientistas inventaram um nome finíssimo: chamam à energia não útil entropia. Imagine que o calor do seu carro é entropia!
Sendo o universo um sistema fechado, finito e em que se
processam reacções termodinâmicas, a sua entropia aumenta a cada hora. Significa
isto que o universo está condenado a morrer numa fogueira como a Joana d’Arc.
Entretanto, o conceito de entropia foi ocupando
progressivamente mais espaço. Na comunicação social passou a ser a parte dos
factos que não chega à opinião pública, em Sociologia a energia social despendida
inutilmente, em Economia a dissipação de material e matérias primas, em
Matemática blá, blá, blá. No futebol é a energia gasta para ganhar campeonatos
viciados à partida por arbitragens pró-entrópicas, digo eu; e, provavelmente também, escrever
coisas indigestas como estas, o que rima e deve ser verdade.
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O cavalheiro aí em cima é o Senhor Rudolf Clausius, criador dessa cangalhada do conceito da entropia.
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