A intensa actividade industrial dos últimos cem anos fez subir a temperatura média do planeta cerca de três quartos de um grau Celsius, tornando o Século XX no mais quente dos últimos mil anos.
Em 2 de Abril de 1991, o Monte Pinatubo, nas Filipinas, começou a “arrotar” – poucochinho, mas “arrotava”. As gentes estavam tranquilas: o Pinatubo estava calado há quatro séculos e já ninguém se lembrava dele sequer. Mas os “arrotos” não passavam e, dois meses depois, em 15 de Julho, o Pinatubo “vomitou”. A lava saiu a quase mil quilómetros por hora e, em menos de duas horas, a coluna de gás e cinza atingiu a estratosfera (mais de 10 km de altitude). Nas duas semanas seguintes, a nuvem tinha rodeado toda a Terra e assim se manteve durante dois anos: 20 milhões de toneladas de dióxido de enxofre misturado com gotas de água criavam uma espécie de espelho gasoso gigante para a radiação solar, que era reflectida e não chegava à Terra. Durante 1992 e 1993, a quantidade de radiação que passou tal barreira foi reduzida em mais de 10%. Num ano, a erupção do Pinatubo diminuiu a temperatura média da Terra tanto como o homem a terá aumentado durante um século.
Os geo-engenheiros ficaram
excitadíssimos com a ideia. Arrefecer a Terra sem necessidade de diminuir as emissões
de CO2 era catita pensaram; contra a opinião dos que acham isso um disparate capaz
de ser um fiasco e reduzir os esforços para diminuir as emissões de carbono.
Em boa verdade,
temos um precedente assustador. Há 65 milhões de anos, um asteroide enorme, à
velocidade de 30 km por segundo, chocou com a Terra na Península de Yucatan. A
nuvem de material que se levantou envolveu o planeta e bloqueou em grande escala
a radiação solar. A fotossíntese caiu a pique e a sobrevivência de muitas espécies
ficou comprometida, entre elas os dinossauros, como se sabe. Manipular
fenómenos naturais à escala planetária é boa ideia para filme de ficção
científica. Para o único habitat que temos por enquanto, o melhor é
entretermo-nos em reduzir as emissões de CO2, que não sei se serve para alguma
coisa mas, pelo menos, não terá efeito apocalíptico.
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