Segundo a acusação do Ministério Público (MP), Jorge Silva Carvalho, o maçon da loja Mozart e antigo director dos Serviços de Informações Estratégicas da Defesa, “usou os funcionários deste organismo para obter informações para o grupo Ongoing e assim garantir a sua contratação para a empresa liderada por Nuno Vasconcellos”. Ainda segundo o MP, “agiu de modo a provar ao presidente do Grupo Ongoing que podia obter, através do Serviço de Informações da República, informação relevante para os respectivos interesses particulares”. Blá, blá, blá...: uma lástima!
E como comunicava o super-espião com Vasconcellos?
Comunicava através de SMS! Centenas de SMS, relativos aos telefones dos
arguidos, foram encontrados durante as buscas policiais e constam no processo.
Ganda espião!
Sabem o que nesta pessegada deixa os portugueses
preocupados? É a provável desonestidade e corrupção desta gente? Não. Os
portugueses já estão habituados a isso. É a falta de segurança que resulta de
pessoas assim, colocadas em lugares chave, tipo serviços de informação? Não. A
segurança há muito deixou de preocupar os portugueses, habituados a andar no
arame – o funabulismo tornou-se tradição em Portugal. O que realmente preocupa
os portugueses é a parolice desta gente toda. Parolos deslumbrados com os
lugares a que chegaram e os poderes que lhes deram. Exactamente como o Zezito,
ex-Primeiro-Ministro de Portugal, que saltou duma modesta repartição da Câmara da Covilhã
para o gabinete da Presidência do Conselho de Ministros.
Não há Polícia, nem Justiça, nem Parlamento, que evitem
estes fenómenos de parolice. O que esta gente precisa é de banhos - muitos banhos – de civilização
e cultura. A profilaxia de tanta parolice passa exclusivamente por aí.
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