.
.
O consumo de álcool etílico
é comum em numerosas sociedades humanas. Tal prática tem raízes mais longínquas
do que se poderá supor. Em boa verdade, começou há 10 milhões de anos num primata
nosso antepassado em que ocorreu mutação na proteína chamada ADH4 (álcool-dehidrogenase 4),
capaz de metabolizar o etanol.
Perguntar-se-á porque tinha
o primata tal proteína para tratar o álcool, quando ainda não havia a
"Portugália" ou o Irish Pub". Na realidade, as coisas
coincidiram com a descida dos macacos das árvores, passando a viver no solo,
alimentando-se de frutos caídos no chão. Muitos estariam já fermentados, com
algum teor alcoólico, e só serviam à finalidade nutritiva se o etanol fosse
ser metabolizado.
Estudos feitos na ADH4 de
28 mamíferos diferentes que viveram num período de 70 milhões de anos, incluindo
17 primatas, mostram que muitos conseguiam metabolizar alguns álcoois, mas não
o etanol. Só há 10 milhões de anos aparece a actual ADH4, capaz de o fazer, resultante
da substituição dum simples aminoácido na proteína—com tal mutação, a funcionalidade
melhorou 40 vezes.
Não se conhece o primeiro
primata contemplado com o benefício, mas não é descabido incluí-lo na lista de
brindes de cada comemoração!
E pelo chimpanzé não vai
nada?
TUDO!...
.
Sem comentários:
Enviar um comentário