Pacheco Pereira publica hoje no jornal "Público" a sua habitual crónica e, pela enésima vez, assiste-se na peça ao lançamento de bílis sobre tudo que diz respeito ao Governo—nosso pela graça de Deus—sem esquecer, naturalmente, esse must ridículo que é a decantada "Lista Vip" das Finanças.
Pacheco Pereira é um homem culto, inteligente e informado que admiro e tem razão em praticamente tudo que hoje escreve no periódico.
A isto acrescento, em seu abono, que o Governo, efectivamente, não presta. Mas
para quem como eu o lê regularmente, não pode deixar de notar um ressaibo
incomodativo na prosa.
Pacheco Pereira está no direito de ter a opinião que
quiser sobre Passos Coelho, sobre Portas, sobre Pires de Lima e por aí fora, e
também tem direito de publicar tal opinião sete dias por semana, ou mais. Mas
quem o lê, a partir de certa altura, fica com a ideia de que o homem devia
fazer uma declaração prévia de conflito de interesses. Pacheco diria a mesma coisa mesmo que
o Governo fosse bom. No fundo, o que lhe dói é o facto de ter ficado fora
do comboio de Passos Coelho. Desde o dia em que foi excluído da lista de candidatos
à Assembleia da República, Coelho passou a cafajeste e o Governo a cambada de delinquentes,
ainda antes de tomar posse. Nota-se muito.
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