Desde o Século I (AD), os imperadores romanos tinham
consciência que a hipótese de serem envenenados não era remota. Naquele tempo,
as divergências políticas tinham modos de abordagem variados, sendo um dos
preferidos o preconizado pelo Dr. Soares para o Dr. Cavaco Silva e o juiz Carlos Alexandre. Só que os romanos
eram mais pela cicuta e o Dr. Soares—mais moderno—prefere a carabina do Buíça,
de acordo com a tradição da ética republicana. Mas isto são detalhes que não
interessam agora para o que me traz.
Estava eu a dizer que os imperadores romanos tinham no horizonte
político uma muito provável sopinha temperada com cicuta, cianeto, acónito ou
outra especiaria do género. Nero, por exemplo, terá morrido com a barriga cheia
de um saboroso caldinho de cianeto.
Para prevenir o mal, era hábito prepararem-se para o
evento procurando criar resistência ao efeito farmacodinâmico do tempero e
tomavam regularmente pequenas doses dos venenos em uso na cidade. Não era,
verdadeiramente vacinação porque não havia mecanismo do foro imunológico em
questão mas, se a prática tinha alguma eficácia, resultaria do que chamamos
hoje taquifilaxia, ou seja, a diminuição do efeito farmacodinâmico decorrente
do uso frequente duma droga ou medicamento.
Tempos heróicos eram aqueles. Imagine-se a cena da preparação
da poção protectora. O farmacêutico de serviço devia ser obrigado a tomar uma
dose igual do mesmo produto, a bem da nação. Óh égua!...
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