quarta-feira, 25 de março de 2015

TEMPEROS PERIGOSOS

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Desde o Século I (AD), os imperadores romanos tinham consciência que a hipótese de serem envenenados não era remota. Naquele tempo, as divergências políticas tinham modos de abordagem variados, sendo um dos preferidos o preconizado pelo Dr. Soares para o Dr. Cavaco Silva  e o juiz Carlos Alexandre. Só que os romanos eram mais pela cicuta e o Dr. Soares—mais moderno—prefere a carabina do Buíça, de acordo com a tradição da ética republicana. Mas isto são detalhes que não interessam agora para o que me traz.
Estava eu a dizer que os imperadores romanos tinham no horizonte político uma muito provável sopinha temperada com cicuta, cianeto, acónito ou outra especiaria do género. Nero, por exemplo, terá morrido com a barriga cheia de um saboroso caldinho de cianeto.
Para prevenir o mal, era hábito prepararem-se para o evento procurando criar resistência ao efeito farmacodinâmico do tempero e tomavam regularmente pequenas doses dos venenos em uso na cidade. Não era, verdadeiramente vacinação porque não havia mecanismo do foro imunológico em questão mas, se a prática tinha alguma eficácia, resultaria do que chamamos hoje taquifilaxia, ou seja, a diminuição do efeito farmacodinâmico decorrente do uso frequente duma droga ou medicamento.
Tempos heróicos eram aqueles. Imagine-se a cena da preparação da poção protectora. O farmacêutico de serviço devia ser obrigado a tomar uma dose igual do mesmo produto, a bem da nação. Óh égua!...

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