.
..
O Governo grego está nas lonas. Os agiotas que
podem emprestar dinheiro querem garantias de que não vai ser gasto a pagar pensões
a pessoal com profissões de desgaste rápido—como cabeleireiras—e os gregos
dizem que sim, que vão reformar o Estado. Não reformam. Chegam a casa, aumentam
ordenados e pensões, oferecem electricidade a milhares de famílias e gritam a plenos
pulmões abaixo a austeridade, abaixo as "instituições", abaixo a vaca
da Merkel.
É bonito, mas os agiotas não gostam porque são
agiotas e têm mau feitio. Os governantes progressistas helénicos pedem nova
audiência e dizem que o povo está com fome, indignado e sem dignidade, descalço, roto, até nu. Farão
reformas mas, de momento, o que é mesmo urgente é dinheiro vivíssimo. As "instituições",
Dijsselbloem (raio de nome!) e a vaca da Merkel
apresentam-lhes as armas de S. Francisco—Queres fiado? Ora toma!
Catarina Martins, António Costa e similares
indignam-se. O Dr. Soares cita Francisco e diz que a austeridade mata. Passos Coelho
fala de conto de crianças. Boaventura Sousa Santos também fala, mas não diz
nada—como habitualmente.
Apraza-se novo encontro entre o cachecol Burberry
e a cadeira de rodas. Schäuble quer factos, Varoufakis quer dinheiro—que
sim, que há reformas na calha, rebabá. Não há.
Há pachorra para isto? Também não há!
.
Sem comentários:
Enviar um comentário