Diz-se que se um banqueiro
suíço se atira da janela do 10º andar, devemos atirar-nos atrás dele porque é
seguramente um bom negócio. Suíço é homem civilizado e respeitador de normas de convivência social: não deita papeis no chão, não deixa de pagar bilhete no
metro mesmo que o possa fazer impunemente, não cospe na sopa e não bate na avó.
Mas, em matéria bancária, é uma lástima. Guardava o ouro que os nazis roubavam
aos judeus, incluindo próteses dentárias com o vil metal, abre contas bancárias
a bandidos de todo o mundo identificadas apenas por um número, é plataforma na
circulação de dinheiro sujo dos offshores internacionais e rebabá.
De acordo com a Deloitte, os
bancos helvéticos têm à sua guarda 2 biliões (2.000.000.000.000) de dólares de
estrangeiros, a maioria dinheiro sujo à espera de barrela.Legitimamente, os países dos
bandidos protegidos pela Suíça, incluindo Portugal, encheram o saco e apertaram
com eles—nomeadamente os Estados Unidos e a Comunidade Europeia. Perante a
eventualidade de sofrerem sanções, abrandaram o escândalo a que chamavam sigilo
bancário, mas era na realidade uma forma de ormetà
mafiosa. Abriram-se ao diálogo, o mesmo que dizer, baixaram a bola.
Agora, os craques da corrupção,
da fuga fiscal e da lavagem de dinheiro ficaram com os colchões para se
governarem. Já não é mau. Com mais um pequeno esforço, ainda os veremos com as
notas metidas na roupa interior. A Helvética Confederação estuda agora um modelo de
cueca-cofre e, segundo consta, as encomendas já são muitas.
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