segunda-feira, 23 de março de 2015

QUE VEM A SEGUIR ?

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Pergunta pertinente? Estamos a falar de perguntas pertinentes? Então aí vai uma. O homem chegou ao que é hoje, evoluindo a partir dum animal chamado chimpanzé. A pergunta: a evolução parou aqui, ou vai continuar e, em caso afirmativo, o que vem a seguir?
Há várias teorias. Se a evolução é condicionada pela selecção dos mais aptos, a resposta é complicada porque o homem está claramente a dificultar a vida à selecção. Em tempos idos, indivíduos com genes que facilitam o aparecimento de leucemia, por exemplo, estavam condenados a desaparecer porque muitos morriam antes de se reproduzirem e o tempo fazia o resto. Agora, com recursos terapêuticos cada vez mais eficazes, têm descendência com genoma portador da "inferioridade" e a leucemia não desaparece, muito provavelmente. O mesmo para indivíduos com suceptibilidade para doenças infecciosas; mesmo para quem tem menos aptidão para a Matemática ou a música e por aí fora. A sociedade actual—muito louvavelmente—protege os mais fracos, com fitness inferior, e isso interfere com a selecção natural postulada por Darwin.
Por outro lado, a evolução ocorre preferencialmente em grupos populacionais restritos, mais ou menos isolados, situação sociológica cada vez menos observada. As comunicações modernas diluíram a "tribo".
Claro que o exposto configura uma abordagem "careca", por demasiado genocêntrica. A evolução não se esgota nas alterações do genoma: inclui metamorfoses do fenotipo, isto é, ao mesmo genoma podem corresponder comportamentos evolutivos vários. Não há genes dedicados à construção e, contudo, a qualidade da habitação modifica-se. É a cultura.
Há alguma coisa de verdade na abordagem referida no início, mas a biologia humana é bastante mais complexa e menos linear que a dos outros animais. É arriscado tirar ilações duma para a outra; embora tentador.

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