Pergunta pertinente? Estamos a falar de perguntas
pertinentes? Então aí vai uma. O homem chegou ao que é hoje, evoluindo a partir dum animal chamado chimpanzé. A pergunta: a evolução parou aqui, ou vai
continuar e, em caso afirmativo, o que vem a seguir?
Há várias teorias. Se a evolução é condicionada pela
selecção dos mais aptos, a resposta é complicada porque o homem está claramente
a dificultar a vida à selecção. Em tempos idos, indivíduos com genes que facilitam
o aparecimento de leucemia, por exemplo, estavam condenados a desaparecer
porque muitos morriam antes de se reproduzirem e o tempo fazia o resto. Agora,
com recursos terapêuticos cada vez mais eficazes, têm descendência com genoma
portador da "inferioridade" e a leucemia não desaparece, muito provavelmente.
O mesmo para indivíduos com suceptibilidade para doenças infecciosas; mesmo
para quem tem menos aptidão para a Matemática ou a música e por aí fora. A
sociedade actual—muito louvavelmente—protege os mais fracos, com fitness inferior, e isso interfere com
a selecção natural postulada por Darwin.
Por outro lado, a evolução ocorre preferencialmente em grupos
populacionais restritos, mais ou menos isolados, situação sociológica cada vez
menos observada. As comunicações modernas diluíram a "tribo".
Claro que o exposto configura uma abordagem
"careca", por demasiado genocêntrica. A evolução não se esgota nas
alterações do genoma: inclui metamorfoses do fenotipo, isto é, ao mesmo genoma podem
corresponder comportamentos evolutivos vários. Não há genes dedicados à
construção e, contudo, a qualidade da habitação modifica-se. É a cultura.
Há alguma coisa de verdade na abordagem referida no início,
mas a biologia humana é bastante mais complexa e menos linear que a dos outros
animais. É arriscado tirar ilações duma para a outra; embora tentador.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário