Hoje, graças a Deus, ficamos a saber que a defesa do Zezito vai "impugnar, por todos os meios e em todos os meios legalmente adequados, as decisões do Tribunal Central de Instrução Criminal, do Tribunal da Relação de Lisboa e do Supremo Tribunal de Justiça, procurando revertê-las no sentido que entendem do melhor direito".
Portugal respirou
aliviado: há três instâncias judiciais que estão a lavrar em erro grosseiro ao
suspeitar da inocência do Zezito, mas os causídicos Araújo e Delille vão eixar
e lixar os juízes. Tal e qual!
Entretanto, segundo os
tribunais, Zezito terá gasto—desde 2008—9,2 milhões de euros, quantia muito
avultada para quem vivia do salário de animal feroz político. Tudo que ia acima
desse salário era generosamente emprestado por um amigo de peito, de seu nome
Santos Silva. Só 170 mil euros foram usados para promover a obra "A
Confiança no Mundo"—um já universalmente clássico texto—e 200 mil euros mais
em viagens (tout court)—exigências dum cidadão do mundo, oriundo de
Vilar da Maçada.
Inexplicavelmente, os
doutos magistrados põem em causa tanta generosidade e consideram "completamente
inaceitável" o argumento de que a movimentação de milhões entre ambos era
uma questão de amizade. Em manifestação da baixeza de sentimentos vigente no
tempo actual, acrescentam boçalmente: "Embora na vida tudo seja possível, pelo
menos no plano da teoria e da efabulação, ficámos incrédulos com a afoiteza da
ingenuidade daquele argumento e a altruísta amizade". Gente que nunca
conheceu a verdadeira amizade é o que é.
Zezito, o seu amigo de peito e o mútuo intercâmbio de ajuda em situações de afogo deviam
passar a figurar nas cartilhas escolares para mostrar aos infantes de hoje e
animais ferozes de amanhã que ainda há verdadeiras amizades neste mundo.
Gustave Flaubert escreveu que ser estúpido, egoísta e ter boa saúde, eram as condições ideais
para se ser feliz. Zezito e o amigo só não são felizes porque não são egoístas.
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