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Vivemos num universo que, segundo se pensa, tem 13,7 mil milhões de anos. O Sol terá 4,6 mil milhões e a Terra e todo o Sistema Solar andarão também por aí. A vida surgiu no nosso planeta—o único habitado que conhecemos—há 3 mil milhões anos e o homem que somos há 200 mil. Sabemos muito de nós e da nossa casa—um espanto!
O Sol está a meio da vida e acaba daqui a cerca de 4 ou 5 mil milhões de anos, por esgotamento do hidrogénio. Muito antes disso, começará a expandir-se e a distância entre ele e nós a diminuir, até ao ponto da vida se tornar inviável na Terra, daqui a cerca de mil milhões de anos. Antes, daqui a poucas centenas de milhões, enorme parte da Terra já será inabitável—a temperatura no Equador andará pelos 80 graus Celsius. Vista do espaço, não será mais o planeta azul, mas uma bola amarelada. O Sol, completamente senil e opado, avançará cada vez mais, deglutirá Mercúrio e Vénus primeiro, depois o nosso paraíso. Nessa época, em Marte deve estar-se bem, se falamos de temperatura.
É o fim do mundo? Ainda não—é só o nosso fim, o que já é uma espiga. Há ainda muito universo e nós não contamos praticamente nada, lamento dizer. Mas o resto do universo que se cuide. Em contínua expansão acelerada, as galáxias vão-se diluindo no espaço e um dia virá em que da Via láctea não se enxergarão as outras galáxias, nem as mais próximas, como a Andrómeda, a Pequena e a Grande Nuvem de Magalhães. Fica solitária a Via Láctea, tal como todas as outras.
E o hidrogénio, cuja fusão nuclear nas estrelas "dá luz ao mundo"? Bom, esse é o problema. Há, pelo menos, cerca de 1 septilião de estrelas (1 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000), todas a consumir um pouco mais hidrogénio que um carro de fórmula 1 consome de gasolina. Sendo assim, é provável que no Anno Domini 200000000000000000000, o hidrogénio acabe—ainda não se sabe em que mês!
E depois? Depois, ainda não é o fim do mundo. Os corpos celestes conservam alguma energia, sob formas várias, como calor e outras, e poderão emitir tanta luz como uma lâmpada incandescente de 40 W, por exemplo. E finalmente, os protões constituintes dos núcleos atómicos ainda podem gerar alguma energia, mas um dia acaba: será daqui a 10 googols de anos (10 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000 000).
Em face do exposto, é preciso começar a tomar medidas. O professor Paul Davies, astrofísico da Universidade de Arizona, acha que ou o universo é um fenómeno natural, ou é sobrenatural. Como pensa que é natural, é tempo do homem considerar a hipótese de planear novo Big-Bang. Com o desenvolvimento civilizacional em curso, gestar um universo bebé é canja. Preciso é começar já a pensar nisso. Não deixes para daqui a 10 googols de anos o que podes fazer hoje.
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