Leio no comentário dum artigo de jornal que Maria Luís Albuquerque terá dito a um deputado da
oposição, depois deste ter pedido a demissão do Secretário de Estado das
Finanças: "Mas você anda a pedir a demissão do Governo desde o primeiro
dia em que ele tomou posse e não pede a
sua demissão por falhar nesse objectivo, porquê?"
Foi uma boa saída, sem
dúvida, e vem a respeito do referido artigo, da autoria de António Homem Cristo,
em que este acerta no fraco da oposição: um escândalo com a chamada "Lista
VIP", porque uns serão mais protegidos que outros, e moita carrasco em
relação à facilidade com que qualquer Zé Ninguém das Finanças tem acesso aos
dados fiscais do contribuinte.
De acordo com avaliação
feita pela Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD), há pelo menos 14 mil
indivíduos—entre funcionários públicos e de empresas privadas
subcontratadas—com acesso aos dados fiscais dos portugueses, podendo fazê-lo
por coscuvilhice, para vender a empresas, para chantagear, para vinganças, rebabá.
Disso, muito mais grave, não fala a oposição!
E porquê? Porque já vem de
trás, inclusivamente de governos dos que estão agora na oposição. O relatório
da CNPD não aponta o dedo a este Governo e por isso não tem eficácia para o desgastar.
A trampa da "Lista VIP, sim; é tomada por bom cavalo de batalha contra o Governo, embora não
passe de um burro tinhoso—uma azémola, em conformidade com a oposição que a cavalga.
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