
O homem sempre alimentou enorme curiosidade sobre a origem do universo e, sobretudo, sobre a sua própria origem. Este último aspecto começou a ser desvendado com a identificação de achados que se verificou serem fósseis dos seus remotos antepassados. A interpretação e compeensão dos fósseis só foi possível depois de Charles Darwin avançar a hipótese da evolução natural biológica. Começava assim uma nova era no conhecimento do homem sobre si próprio. Havia vestígios de seres muito antigos, compreendia-se que podiam corresponder a formas prévias da humanidade, e percebia-se em linhas
gerais porque haviam mudado.
Com modernas técnicas de paleontologia, foi possível datar com bastante precisão os achados, estudar do ponto de vista geológico o local onde foram encontrados, o que informa sobre o habitat físico desses seres, e alargar o estudo aos outros fósseis animais e vegetais encontrados no mesmo local para compreender como eram as condições biológicas que rodeavam os nossos antepassados e daí deduzir informação sobre as suas competências físicas, psiquicas e socias; e, ao mesmo tempo perceber quais os factores que determinaram a evolução de uns, a estagnação de outros e a simples extinção de
muitos.
Assim se foi fazendo a história da evolução humana, incluindo a emergência do bipedalismo, o aumento do volume cerebral, o aparecimento do género Homo, o primeiro uso de instrumentos de pedra, o desenvolvimento de ferramentas mais sofisticadas, a passagem do estado de caçador-recolector a agricultor com
capacidade de domesticar animais, o domínio do fogo, o desenvolvimento da comunicação simbólica que viria a ser a linguagem, e por aí fora até ao Homo sapiens actual que não passa sem o frigorífico, o automóvel e a televisão.
Muitos destes eventos remotos coincidiram com grandes alterações climáticas em África, criando a ideia de que passos fundamentais na evolução humana podem ter sido condicionados pelo clima. Observações relativamente recentes, em termos da idade do universo e mesmo da vida, mostram que assim pode ter acontecido. A queda da civilização Maia é um exemplo. Habitando no Sul do México e América Central, os Maias sofreram alterações sociais profundas e o colapso de 70% da população entre 1150 e 750 AC. As causas desses fenómenos nunca foram cabalmente explicadas mas, nos últimos 15 anos, a determinação das características do solo e sub-solo da região permite perceber que a época foi de secas sucessivas e gravíssimas. Se ainda no
tempo dos Maias o clima podia conduzir ao colapso de uma civilização como a deles, imagina-se de que modo as formas incipientes da humanidade eram vulneráveis ao clima.
Todos os seres vivos interagem com a Terra, constituída por terra, oceanos e atmosfera. Sofrem os embates desses elementos, mas também contribuem para os mudar. Ao nível global, por exemplo, a evolução de organismos produtores de oxigénio permitiu o desenvolvimento de seres multicelulares. E, ao nível local, animais de grande porte, como os elefantes em África, alteram as características da vegetação, afectando o resto da comunidade ecológica.
O homem envenena rios, polui os oceanos com metais pesados e toda a espécie de porcaria, cria zonas fantasma para a eternidade, que são os locais onde estão instaladas as centrais nucleares, e, diz-se agora, altera o clima, aquecendo o planeta. Esperemos que, com tanto conhecimento da história da Terra e seu habitat, não esteja conscientemente a contribuir para a sua extinção. Se está, quando for extinto, tem aquilo que merece.
gerais porque haviam mudado.Com modernas técnicas de paleontologia, foi possível datar com bastante precisão os achados, estudar do ponto de vista geológico o local onde foram encontrados, o que informa sobre o habitat físico desses seres, e alargar o estudo aos outros fósseis animais e vegetais encontrados no mesmo local para compreender como eram as condições biológicas que rodeavam os nossos antepassados e daí deduzir informação sobre as suas competências físicas, psiquicas e socias; e, ao mesmo tempo perceber quais os factores que determinaram a evolução de uns, a estagnação de outros e a simples extinção de
muitos.Assim se foi fazendo a história da evolução humana, incluindo a emergência do bipedalismo, o aumento do volume cerebral, o aparecimento do género Homo, o primeiro uso de instrumentos de pedra, o desenvolvimento de ferramentas mais sofisticadas, a passagem do estado de caçador-recolector a agricultor com
capacidade de domesticar animais, o domínio do fogo, o desenvolvimento da comunicação simbólica que viria a ser a linguagem, e por aí fora até ao Homo sapiens actual que não passa sem o frigorífico, o automóvel e a televisão.Muitos destes eventos remotos coincidiram com grandes alterações climáticas em África, criando a ideia de que passos fundamentais na evolução humana podem ter sido condicionados pelo clima. Observações relativamente recentes, em termos da idade do universo e mesmo da vida, mostram que assim pode ter acontecido. A queda da civilização Maia é um exemplo. Habitando no Sul do México e América Central, os Maias sofreram alterações sociais profundas e o colapso de 70% da população entre 1150 e 750 AC. As causas desses fenómenos nunca foram cabalmente explicadas mas, nos últimos 15 anos, a determinação das características do solo e sub-solo da região permite perceber que a época foi de secas sucessivas e gravíssimas. Se ainda no
tempo dos Maias o clima podia conduzir ao colapso de uma civilização como a deles, imagina-se de que modo as formas incipientes da humanidade eram vulneráveis ao clima.Todos os seres vivos interagem com a Terra, constituída por terra, oceanos e atmosfera. Sofrem os embates desses elementos, mas também contribuem para os mudar. Ao nível global, por exemplo, a evolução de organismos produtores de oxigénio permitiu o desenvolvimento de seres multicelulares. E, ao nível local, animais de grande porte, como os elefantes em África, alteram as características da vegetação, afectando o resto da comunidade ecológica.
O homem envenena rios, polui os oceanos com metais pesados e toda a espécie de porcaria, cria zonas fantasma para a eternidade, que são os locais onde estão instaladas as centrais nucleares, e, diz-se agora, altera o clima, aquecendo o planeta. Esperemos que, com tanto conhecimento da história da Terra e seu habitat, não esteja conscientemente a contribuir para a sua extinção. Se está, quando for extinto, tem aquilo que merece.
Nota - A primeira figura da esquerda corresponde ao chimpanzé Bonobo, do outro ramo da família humana, mas com a mesma origem (ver a figura da direita, clicando nela). É o animal mais próximo do homem, com um genoma muito parecido ao nosso.
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