A semana que passou foi sobressaltada pela notícia de que se tinha criado “vida artificial”. Na verdade, era e não era verdade.
Sim, no sentido de que a vida começou há milhares de milhões de anos, quando surgiu no planeta o primeiro ADN, estrutura capaz de controlar a actividade dos seres vivos e permitir a reprodução, característica exclusiva da vida; e não porque, desde esse momento até ao aparecimento natural de um ser vivo, terão passado milhões de anos.
No caso em apreço só se construiu o ADN sintético de um genoma que foi introduzido com sucesso na bactéria Mycoplasma mycoides, em substituição do genoma desta, continuando ela a viver e a reproduzir-se. Passo extraordinário no aspecto científico, representando o esforço de vinte investigadores liderados por Craig Venter, durante dez anos, e investimento superior a 40 milhões de dólares; mas incipinte na perspectiva de criação de vida no laboratório. Daqui até isso acontecer, não serão necessários milhões de anos, embora não seja para as nossas vidas, mesmo as dos mais novos.
Contudo, podemos considerar-nos na antecâmara da criação sintética da vida, o que levanta problemas filosóficos, culturais e religiosos. Desde logo, é um contratempo para criacionistas difícil de contornar: deixa de ser preciso o sopro divino para existir vida. E, se a célula pode ser sintetizada, o homem, em teoria, também. Começa aqui, verdadeiramente, o problema religioso para alguns. Se bem percebo o que leio, desde que deixou de identificar-se com a actividade psíquica – e tal já foi há muito - a alma passou a ser uma qualidade atribuída ao ser humano pelo Criador numa fase qualquer da evolução dos hominídeos. Que se passará com o homem ou mulher sintéticos?
Acho que não passará nada. De uma perspectiva religiosa inteligente e avançada, tudo pode ser compreendido por quem é crente. Para quem não é, será ainda mais simples.
Sim, no sentido de que a vida começou há milhares de milhões de anos, quando surgiu no planeta o primeiro ADN, estrutura capaz de controlar a actividade dos seres vivos e permitir a reprodução, característica exclusiva da vida; e não porque, desde esse momento até ao aparecimento natural de um ser vivo, terão passado milhões de anos.
No caso em apreço só se construiu o ADN sintético de um genoma que foi introduzido com sucesso na bactéria Mycoplasma mycoides, em substituição do genoma desta, continuando ela a viver e a reproduzir-se. Passo extraordinário no aspecto científico, representando o esforço de vinte investigadores liderados por Craig Venter, durante dez anos, e investimento superior a 40 milhões de dólares; mas incipinte na perspectiva de criação de vida no laboratório. Daqui até isso acontecer, não serão necessários milhões de anos, embora não seja para as nossas vidas, mesmo as dos mais novos.
Contudo, podemos considerar-nos na antecâmara da criação sintética da vida, o que levanta problemas filosóficos, culturais e religiosos. Desde logo, é um contratempo para criacionistas difícil de contornar: deixa de ser preciso o sopro divino para existir vida. E, se a célula pode ser sintetizada, o homem, em teoria, também. Começa aqui, verdadeiramente, o problema religioso para alguns. Se bem percebo o que leio, desde que deixou de identificar-se com a actividade psíquica – e tal já foi há muito - a alma passou a ser uma qualidade atribuída ao ser humano pelo Criador numa fase qualquer da evolução dos hominídeos. Que se passará com o homem ou mulher sintéticos?
Acho que não passará nada. De uma perspectiva religiosa inteligente e avançada, tudo pode ser compreendido por quem é crente. Para quem não é, será ainda mais simples.
Os problemas éticos não cabem em espaço como este. Mas sempre se dirá que o Presidente Obama pediu um parecer à comissão de bioética para se pronunciar sobre esta investigação.
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