quarta-feira, 19 de maio de 2010

O HOMEM COMO ECOSSISTEMA



O nosso corpo no estado de saúde tem dez vezes mais micróbios que células próprias, ou seja, humanas. Esses micro-organismos - o microbioma - desempenham funções importantes para nós a vários níveis. No intestino, por exemplo, sintetizam amino-ácidos essenciais - “peças Lego” das proteínas - e vitaminas; além de digerir hidratos de carbono complexos. Coisas semelhantes se passam na pele, aparelho respiratório, aparelho urinário e por aí fora. Na verdade, cada um de nós é, náo um ser vivo, mas um ecossistema complicado.
Tal qualidade (de ecossistema) é a perspectiva da chamada Nova Biologia (1), integradora e disciplinarmente abrangente. Significa isto que o condicionamento da saúde, entre outras características fenotípicas – a expressão exterior dos genes, ou do genoma – não depende só do genoma humano, mas também do dos nossos associados no ecossistema que é o nosso corpo.
Interessante esta abordagem biológica que envolve na evolução do Homo sapiens também a evolução da fauna e flora que o ajudam a viver. Não evoluimos sozinhos. Evoluímos como os nossos companheiros micro-organismos permitem. Estamos dependentes deles e não sabemos quanto condicionaram a nossa espécie ao longo de muitos milénios.

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1. A New Biology for the 21st Century, The National Academies Press, Washington DC


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