segunda-feira, 17 de maio de 2010

A CONSTITUIÇÃO E OS CARTÕES VISA


A percepção de risco em relação a Portugal voltou hoje a agravar-se no dia em que o ministro das Finanças vai apresentar o novo pacote de medidas de austeridade aos seus homólogos da zona euro. O risco da dívida portuguesa é o sexto que mais sobe no mundo esta manhã.
O custo dos CDS (credit-default swaps) associados à dívida pública portuguesa chegou a superar os 400 pontos base nas últimas semanas, e o país chegou a figurar no top ten dos países com maior risco de incumprimento, o que já não se verifica. Mas o valor dos CDS sobre obrigações do Tesouro a cinco anos está a avançar 31,2 pontos base para 262,62 pontos. Quer isto dizer que por cada 10 milhões de euros aplicados em dívida portuguesa, os investidores têm de pagar um seguro anual de 262,62 mil euros.
É bonito!...
Mas há soluções preventivas para o futuro. O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Luís Amado, personalidade destacada do Partido Socialista, em entrevista ao Diário Económico a respeito da revisão constitucional, diz que “haverá uma reacção positiva dos mercados se, por exemplo, formalizarmos uma norma travão que crie um limite para o défice e endividamento. Um valor aceitável que não impeça uma resposta adequada em momentos de crise”.
Conhecem a história dos jogadores compulsivos nos casinos, que desbaratam fortunas estupidamente? E que escrevem às instituições do jogo a pedir que não os deixem lá entrar? Pois, segundo Luís Amado, o Estado Português é igual! É preciso pôr na Constituição que Sócrtates não pode ter cartão de crédito!
Não inventei nada. Vem tudo escrito nos jornais de hoje.
Se não fosse trágico...
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