terça-feira, 9 de agosto de 2011

PICARETA JUSTICEIRA

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Na passada Sexta-Feira, na freguesia da Salvada do concelho de Beja, o subempreiteiro contratado para colocar calçada na Avenida 25 de Abril voltou ao local para levantar a pedra. A autarquia não lhe pagou a obra e, por isso, decidiu apoderar-se da calçada para devolver a pedra ao fornecedor, ele próprio à espera de ser pago pelo fornecimento de material.
Aqui está uma atitude para servir de exemplo. O problema é que muitas vezes o calote respeita a material já consumido, ou a serviços que não podem ser desfeitos. Se um hospital não paga a um fornecedor, este não pode ir lá recuperar o material utilizado, nem maltratar o doente que utilizou as compressas, os medicamentos, ou o material cirúrgico. Se um advogado defensor não recebe os honorários devidos, não está na sua mão mandar o réu para a cadeia, ou aumentar-lhe a pena. Se a empresa que constrói a ponte não recebe, a solução de deitar a ponte abaixo não se afigura a melhor.
Para tudo é preciso ter sorte; até naquilo em que se é vítima de maus pagadores. Roosevelt Monteiro Fernandes, assim se chama o empreiteiro de Beja, é um credor com sorte. Pode fazer justiça com as próprias mãos. Melhor dizendo, com a própria picareta.
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