domingo, 7 de agosto de 2011

PROVINCIANOS, PERIFÉRICOS E MARGINAIS

.
Quando a Moody’s cortou o rating de Portugal, surgiram vozes patrióticas com reacções à “afronta”. Escreveu-se e falou-se muito, fez-se um vídeo ou mais, e organizou-se o ataque informático à página da agência na Net.
Houve quem achasse bem e quem dissesse tratar-se de manifestação de provincianismo, própria de um país pequeno, periférico e marginal. É verdade!Provavelmente era!
Há um ou dois dias, a Standard & Poor’s baixou o nível dos Estados Unidos para AA+. Logo surgiram patriotas americanos a reagir, no genuíno estilo provinciano, próprio de um país pequeno, periférico e marginal. É verdade! Provavelmente foi!
O patriota e Prémio Nobel da Economia Paul Krugman, no seu blog no “New York Times”, escreve que esta gente (a agência) não tem autoridade para fazer tal tipo de juízos políticos duvidosos. Isto é, para Krugman o julgamento da Standard & Poosr’s é mero palpite. (A Moody’s e a Fitch mantiveram a classificação AAA)
Não sou Prémio Nobel de coisa nenhuma — felizmente para a humanidade — nem sou economista, mas estou completamente de acordo com Krugman: são só palpites. A Economia é uma ciência ingrata em que, perante duas opiniões divergentes, podem estar ambas erradas — a experiência já demonstrou isso vezes bastantes para aprendermos.
Chegados aqui, pergunto: o que precisam as agências de rating fazer mais para as suas leituras da bola de cristal deixarem de ter um átomo de credibilidade?
.

Sem comentários:

Enviar um comentário