domingo, 30 de novembro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"Sweepstakes"
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HÁ LODO NO CAIS

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SOMBRA

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PENSAMENTO PARA HOJE

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BILBÉRGIA ORNAMENTAL

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ESTÁ QUENTINHO EM VÉNUS !

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O planeta do Sistema Solar mais próximo do Sol é Mercúrio, a uma distância inferior a metade da distância Terra-Sol. Vénus, o segundo a contar do Sol, está afastado mais 48 milhões de quilómetros. Contudo, a temperatura da superfície de Mercúrio é cerca de 430 graus Celsius, enquanto a de Vénus é superior a 470.
Porquê isto? Porque Mercúrio não tem atmosfera, mas Vénus tem, o que limita a saída do calor da radiação solar que lá chega—é o efeito estufa. Tal atmosfera é 100 vezes mais espessa que a da Terra e composta quase totalmente por dióxido de carbono, de que ouvimos diariamente falar a propósito do aquecimento global do nosso berço. Vénus—e não Mercúrio—é o planeta mais quente do Sistema Solar.
Adicionalmente e pela mesma razão, enquanto em Mercúrio as temperaturas da superfície variam muito do dia para a noite, em Vénus são muito estáveis—pode dormir-se lá sem pijama e sem cobertor!
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UM DIA SOMBRIO

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115 + TAVARES

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Costa é o maior. No discurso de encerramento do Congresso do PS, pediu maioria absoluta. Mais nada! Costa, contudo, reconhece que é difícil tal miragem porque blá, blá, blá.  Mas, se houver problemas, as esperanças de Costa vão para "os contributos políticos que têm saído da sociedade".
Chegados aqui, perguntará o interessado na pessegada quem são "os contributos políticos que têm saído da sociedade". Fique a saber—se não sabia já—que é esse grande partido das massas não alimentícias, de seu nome  "Livre", timonado pelo político Rui Tavares que comeu o isco e cagou no anzol do Bloco de Esquerda. Isto no caso—pouco provável—de conseguir eleger um deputado. Se tal fenómeno do Entroncamento ocorrer, deverá ser Tavares o eleito, que assim arranja emprego. Costa só precisa de 115 para chegar aos 116. Brilhante!
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sábado, 29 de novembro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"Star Clipper"
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AZUL

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COELHO AO PODER !

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[...] A Pátria empobrecida e sem muita esperança de enriquecer tão cedo substituiu a ideia de “enriquecer” pelo rancor aos políticos que a levaram a esta situação, venham eles de onde vierem e tragam o que trouxerem. [...]

Este é um trecho do artigo de Vasco Pulido Valente no "Público" de hoje. Anotei porque é exactamente o que sinto. Não tenho partido, nem posso ter nas actuais circunstâncias. O problema—se isso é problema—surge quando chega o momento de votar. A abstenção ou voto nulo são hipóteses, embora inconsequentes. Sobra o voto no palhaço, Tiririca, Beppe Grillo, ou José Manuel Coelho. É o modo mais eficaz de manifestar o que se pensa dos políticos, na esperança ingénua e pouco provável de que se sintam insultados.
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CABEÇA DE PATO

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COMENDADOR

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O Conselheiro de Estado e "histórico" do PStambém conhecido por Poeta Alegre, às vezes por Dr. Manuel Alegre, não sei se também Comendador Alegree uma das mais notórias e conhecidas figuras portuguesas, de seu nome Ascenso Simões, grande pensador e soberbo prosador, há cerca de um mês vertiam a sua indignação nos mass media pela indignidade de Cavaco não ter incluído Zezito no rol de contemplados com uma comenda. 
Cavaco afigura-se-me homem que não enxerga muito longe, mas foi prudente. Teve sorte!
É costume dizer que a sorte protege os audazes. Pelo visto, também protege os prudentes. Cavaco não enxergará muito longe para a frente, mas para trás enxerga bem; fica demonstrado—e tem boa memória!
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POMBO COMUM

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HÁ PACHORRA ?

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O jornalista Miguel Sousa Tavares (a quem alguns também chamam o pistoleiro do costume) sai hoje a terreiro para dar batalha à Justiça pelo modo como tratou José Sócrates Pinto de Sousa, insurgindo-se também contra Alberto Gonçalves por ter afirmado no "Diário de Notícias" que «...o cidadão comum teme que José Sócrates acabe sem castigo. Eu também».
Segundo Tavares, tudo foi feito para humilhar o Zezito e diz que «o cidadão comum e o Alberto Gonçalves podem estar descansados: pior castigo do que aquele que José Sócrates já teve é difícil».
Curiosamente, Tavares não fala—nem falou antes—da humilhação dos acusados no caso dos vistos gold, embora, tal como agora refere sobre o Zezito, ninguém, absolutamente ninguém de boa-fé, possa dizer neste momento se são culpados ou inocentes das gravíssimas acusações de que são alvo. O mesmo para as acusações ao avô dos seus netos, Ricardo Salgado.
Todo o acusado é humilhado, Dr. Sousa Tavares. Só que a humilhação é proporcional ao papel e importância que cada um tem ou teve na sociedade. O carteirista que rouba cronicamente carteiras no Metro é pouco humilhado com a acusação de ser pilha-galinhas; o Zezito e o Ricardo Salgado são muito humilhados se acusados de aldrabices. Nunca vi o Dr. Sousa Tavares insurgir-se contra a humilhação dos carteiristas depois de serem acusados e antes de serem julgados, apesar de serem feitos da mesma combinação de carbono, hidrogénio, oxigénio, azoto, ferro e por aí fora do Zezito.
Tudo é relativo e, neste caso, depende do ponto de vista e do estado de alma de quem comenta. E o estado de alma do Dr. Miguel Sousa Tavares tem dias; mas habitualmente está virado contra o que pensa a maioria porque dá um toque de lucidez e clarividência. Sobretudo de originalidade intelectual. Não há pachorra.
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sexta-feira, 28 de novembro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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HMS "Agamemnon"
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(Um dos navios de Nelson)
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RECORDAR

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Vivemos tempos complicados. É boa altura para recordar um dito de Henry Kissinger. Disse ele em tempos:

90% dos políticos dão má fama aos restantes 10%.

É velha, mas boa. Entendemos agora melhor.
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'PIETER SCHELTE'

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O navio "Pieter Schelte", lançado à agua no fim de semana passado, foi construído em partes separadas na Coreia do Sul e é o maior navio do mundo. Tem 363 m de comprimento, 124 m de largura, desloca 362.000 toneladas—mais do que três vezes o "Costa Concordia"—e custou 2,5 mil milhões de euros.
É um catamarã gigante com dois cascos unidos, deixando uma abertura entre as proas para poder içar por aí grandes cargas, como plataformas de extracção de petróleo. Aliás, destina-se a ser usado pelas companhias petrolíferas para montar, desmontar e deslocar plataformas e lançar pipelines, podendo também participar na construção de grandes pontes. Carrega plataformas rígidas até 48.000 toneladas e abriga 571 pessoas, incluindo tripulantes e técnicos do petróleo.
Saiu da Coreia para Roterdão pela rota do Cabo, levando a viagem 50 dias. Já fiz a mesma rota quando regressei de Timor em 1969, em viagem que levou 45 dias.
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'BAGOU'

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PAIRA A BORRASCA NO HORIZONTE

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Leio que o Zezito fez uma redacção na cadeia. É uma peça e pêras; digna de Vieira. Pelo estilo se vê que não foi o advogado o autor—apenas escrivão. Claramente, o causídico não tem estudos para uma elocução assim, diria Baptista Bastos no seu estilo soberbo. Aliás, adivinha-se na prosa o sentido estético que criou as obras arquitectónicas de que é autor. Está lá na íntegra.
A folhas tantas, escreve: Aqui está toda uma lição de vida: aqui está o verdadeiro poder—de prender e de libertar. Lucidez!... Lucidez!... Zezito experimenta o poder de prender, que não esperava tão grande, e não lhe escapa a lição, autêntica revelação. Experimentou tarde, mas antes isso que nunca. E bom será se não o esquecer no futuro, na vida longa que ainda tem pela frente.
Noutro ponto, acrescenta: Defender-me-ei com as armas do estado de Direitosão as únicas em que acredito. Este é um caso da Justiça e é com a Justiça Democrática que será resolvido. Tal e qual. Zezito, sentinela da "Justiça Democrática", do "estado de Direito" e, seguramente da ética republicana, está armado e crente nas suas armas. Não abandona o posto e está vígil.
Mas onde fica o aviso mais importante é no derradeiro parágrafo, singelo, mas prenhe de significado: Este processo só agora começou. Anotamos, para memória futura, que ainda há-de vir por aí pior. Oh égua!...
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TOTÓ

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É SÓ MASSA ! MAIS QUE O SALGADO !

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A imagem é uma ilustração desenhada na NASA e mostra um buraco negro com  ventos  turbulentos de gás em volta, algum a ser "engolido". Os buracos negros são corpos astronómicos resultantes do colapso de estrelas cujo combustível (hidrogénio) se esgotou, provocando enorme diminuição do volume. Do fenómeno resultam astros relativamente pequenos, com massa—ou quantidade de matéria—imensa. Como se o nosso Sol ficasse com dimensão inferior à Lua, para dar um exemplo inventado por mim e que pode não estar completamente correcto mas dá ideia aproximada do fenómeno.
A gravidade dos corpos é tanto maior quanto maior é a massa e menor o volume. Assim, as estrelas, ao transformarem-se em buracos negros aumentam enormemente a força gravítica—ou da gravidade. Tão enormemente que tudo que se aproxima é atraído e nunca mais de lá sai—nem a luz consegue vencer a atracção do buraco e, por isso, não se vêem (daí o nome). Identificam-se indirectamente pela influência que têm no espaço celeste, nomeadamente na propagação da luz e outras radiações que, não sendo absorvidas por passarem ao largo, são desviadas.
O tamanho destes buracos é variável. Alguns são muito grandes; outros muito pequenos. Há buracos pouco maiores que um átomo com a massa de uma montanha. Quase todas as galáxias têm um, habitualmente em posição central.  A Via Láctea—nosso lar—não fica atrás. Também tem um, pois então?! Tem massa 4 milhões de vezes superior à do Sol e está a 27 mil anos/luz de nós, o que se me afigura prudente manter.
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PRIMEIRO DIA DE QUARTO MINGUANTE

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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"Danziger"
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'IN DUBIO PRO REO'

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Luís Figo, interrogado por jornalistas, negou ser amigo do Zezito. Fica-lhe bem—na realidade, a amizade não era grande carta de recomendação. Mas Figo vai mais longe e aqui é que eu queria chegar. Perante provável dúvida do jornalista, declarou que tem direito à presunção de inocência. Aí está!
Portugal está a transformar-se num País com grande cultura jurídica, graças às trapalhices das classes de elite que pela graça de Deus nos regem. Conceitos como a referida presunção de inocência, segredo de justiça, trânsito em julgado, in dubio pro reo, separação de poderes e por aí fora são hoje utilizados no barbeiro, na taberna, na obra e durante os intervalos no Estádio da Luz. O golo foi feito em posição de fora de jogo? É difícil dizer e, portanto, in dubio pro reo. Valente!...
Nuno Crato não faz nada na Educação?! É verdade—quem manda na educação é Mário Nogueira. E porquê? Porque não há separação de poderes. E porque ninguém dá uns estalos a Nogueira? Porque há presunção de inocência e também porque in dubio pro reo. Tal e qual. Baril.
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INTERMEZZO

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FAMÍLIA 'LARIDAE' GÉNERO 'LARUS'

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OPORTUNISTA SEM IDEOLOGIA

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De acordo com o jornal "Público" de 6 de Outubro de 2005, Jorge Sampaio, então Presidente da República, terá dito num discurso feito na véspera que a moralidade mais elementar e o sentimento de justiça continuarão gravemente diminuídos enquanto for possível exibir altos padrões de vida, luxos, e até reprováveis desperdícios, e, ao mesmo tempo, apresentar declarações fiscais de indigência. E ainda que a inversão do ónus da prova deveria ser aplicada a medidas de natureza fiscal e de natureza penal que devem ser introduzidas no combate à corrupção.
Apoiado, era caso para dizer. Mas o referido não tem tido agora—2014—muitos apoios de gente variada, incluindo correligionários de Sampaio que se limitam a produzir poios verbais e poios em letra de forma. A preocupação é com o segredo de justiça e suas derrapagens e com outras coisas mais importantes do que saber se este País foi ou não governado durante seis anos por um vigarista tout court.
Miguel Sousa Tavares, jornalista pistoleiro do costume, para usar expressão adequada na circunstância, e Clara Ferreira Alves, braço armado do eixo do mal, acham medonho que tenha havido reportagem televisiva da captura do Zezito no aeroporto, o que configuraria abominável quebra do segredo de justiça. Para quem não sabia, como eu, as coisas foram como passo a descrever.
A Polícia Judiciária estava no aeroporto à espera do Zezito que fez o check-in na TAP em Paris. Já depois disso, provavelmente porque alguém lhe soprou alguma coisa, cancelou a viagem. A Polícia Judiciária, perante a não chegada do suspeito, informou-se junto da TAP. A mesma cena repetiu-se posteriormente com um voo da Air France—novo check-in e nova desistência. A Polícia voltou a pedir informações à TAP. Finalmente, o Zezito acabou por chegar noutro voo da Air France, horas depois do primeiro. Nessa altura, já toda a gente no aeroporto sabia que a Polícia Judiciária estava lá à espera dele e, daí até chegar à televisão, é um instante.
A ida directa para o chilindró justificou-se pelo receio que fosse a casa desviar ou destruir provas que existiam, como se verificou no dia seguinte quando os magistrados e os inspectores lá foram vasculhar. Pela mesma razão ter-lhe-á sido apreendido de imediato o telemóvel, no momento da prisão.
Transcrevo agora, com a devida vénia, uma passagem do blog "Proa ao Mar", cuja leitura aconselho e diz assim: [...] havia um coro generalizado pela necessidade de combater a corrupção e de prender pessoas, por haver uma presunção generalizada de que a corrupção permeava a política, e que “a Justiça” era ineficaz perante a corrupção. Ainda há uma semana “a Justiça” estava a atuar bem no caso dos Vistos Gold, onde os mesmos não duvidavam da corrupção nem das culpas dos suspeitos e de muitos outros. Mas logo que “a Justiça” atuou sobre um político importante, com suspeitas de corrupção, muitos do coro suspeitam que “a Justiça” está a atuar mal e demais.
Há pachorra para isto? Não há!... O Dr. Soares ainda se tolera porque está senil e só diz burrices. Mas há gente sem amolecimento cerebral a insinuar a mesma coisa. É porque só tem merda na cabeça como a lagosta? Não é. É porque são uns sacanas.
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(Com colaboração de J. Castro Brito)
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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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"Royal William"
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CATAMARÃ

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EM ITÁLICO

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[...] Existe uma admirável coincidência entre os fazedores de opinião que estão a demonstrar uma hipersensibilidade às falhas do segredo de justiça e uma notável abnegação na defesa da presunção de inocência, e aqueles fazedores de opinião que durante anos e anos defenderam José Sócrates contra os ataques ad hominem e o julgaram vítima de infames conspirações. Quando vejo Miguel Sousa Tavares ou Clara Ferreira Alves mais entretidos a discutir fugas de informação e timings de detenção do que a possibilidade muito real de um ex-primeiro-ministro ser corrupto, eu sei que eles estão menos a defender Sócrates do que a defenderem-se a si próprios, e àquilo que andaram a escrever ao longo dos anos. [...]

João Migel Tavares in "Público"
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INTERMEZZO

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Orquestra Barroca da União Europeia
(Händel)
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HMS "BULWARK"

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.O "Bulwark", unidade para operações anfíbias com o número de amura L15, é um dos maiores navios da Royal NavyDesloca 19.560 toneladas, tem 176 m de comprimento, 28,9 m de boca, 7,1 m de calado, pode receber helicópteros pesados e transporta 67 veículos e mais de 700 marines.
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PERU, TURKEY, GALINHA DE ANGOLA—UMA TRAPALHADA !

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Todos sabem o que é peru e que Peru é também o nome de um país da América. E todos sabem que peru se diz turkey em inglês e que, nesta língua, Turkey é também o nome da Turquia. Porque diabo chamamos nós peru ao peru e os ingleses lhe chamam turquia? Esquisito, não? Acho que sim.
Em português diz-se peru por existir no Peru, embora exista noutras regiões de ambas as Américas—é fácil. Há outros países em que a designação é semelhante, por influência dos portugueses—por exemplo, no Paquistão é peroo (پیرو) e em hindi é peru (पीरू).
Mas turkey (Turquia)?!! Por que carga de água? A explicação mais aceite explico-a já. Admite-se que tudo resulte de uma confusão.
Há mais de cinco séculos, comerciantes turcos vendiam galinhas de angola, ou pintadas, da costa de África—semelhantes ao peru—aos europeus. Os ingleses chamavam-lhe turkey cock. Chegados à América do Norte, os colonos ingleses depararam-se com o que nós chamamos peru, parecido com a galinha de angola. Começaram a chamar-lhe também turkey cock, à falta de melhor nome. Daí até o cock cair e ficar só o turkey, foi uma questão de tempo.
Faça favor de tomar nota na agenda porque a matéria serve para dar uma de erudição. Eu já tomei e espero que seja verdade porque foi assim que ma venderam.
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É UMA CASA PORTUGUESA

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IMPRUDÊNCIA ! IMPRUDÊNCIA ! . . .

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(A culpa é da família)

A história que vou contar é tão antiga que já nem me lembro dos nomes dos protagonistas. Um dia, morreu famosa estrela de Hollywood, com direito a presença de multidão no funeral. Uma das velhas glórias da Meca do cinema, já retirado, não compareceu. Interrogado porque não havia ido, explicou que, dada a sua avançada idade, evitava aproximar-se de buracos de sepultura. Era avisado e foi prudente.
Lembrei-me disto quando ouvi a notícia de que o Dr. Soares foi hoje visitar o Zezito à cadeia de Évora. Vejam lá! Um ancião tão culto (é bibliófilo!), sensato, experiente e avisado a fazer tal coisa! Imprudência, imprudência!
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PERFIL

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terça-feira, 25 de novembro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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A DÉCIMA PRIMEIRA PRAGA

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Durante muitos anos muita gente não quis ver, não quis ouvir, não quis ler, recusou tomar conhecimento. Sócrates estava acima disso. Sócrates não tolerava dúvidas. Mas é altura de aceitar a realidade.

Assim se lê na introdução do artigo de José Manuel Fernandes no "Observador", com o título "É talvez altura de nos curarmos de vez do socratismo". A páginas tantas, escreve:

[...] José Sócrates foi a pior coisa que aconteceu na democracia portuguesa nos últimos 40 anos, e não o digo por causa da bancarrota. Digo-o por causa da forma como exerceu o poder, esperando fazê-lo de forma absoluta, sem contestação, sem obstáculos, sem críticos. Não os tolerava no PS, no Governo, nos jornais, nos bancos, nas grandes empresas do regime. [...]

Tal e qual. Vale a pena ler tudo. Pode fazê-lo aqui.

Águas em sangue
Praga das rãs
Piolhos
Moscas
Peste do gado
Úlceras e tumores
Saraiva
Gafanhotos
Três dias de escuridão
Morte dos primogénitos
Zezito

(Com colaboração de F. Menezes Brandão)
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'BLUE SEVEN'

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CUIDADO COM A CABEÇA

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O Dr. Kenneth Hansraj é cirurgião da coluna em Nova Iorque e publicou recentemente um artigo no jornal Surgical Technology International sobre o stress sofrido pela coluna em várias actividades, particularmente a de ler e escrever mensagens nas cangalhadas 
electrónicas que obrigam o operador a debruçar-se sobre elas. Chama a atenção para o resultado da flexão da coluna cervical em tais circunstâncias.
Com a coluna erecta, a carga da cabeça é cerca de 6 kg. Mas, flectindo-a 30⁰, passa a 18 kg; com 45⁰ passa a 22 kg; com 60⁰ graus passa a 27; com 75⁰ passa a 31, e daí para a frente passa a 0 kg porque cai ao chão (ver figura em cima).
Sei que ninguém acredita no que estou a dizer, mas tenham cuidado porque é verdade. Estão a ver o François Hollande? Foi uma das vítimas. Como é curto de vista, tem de se debruçar sobre os papeis, que são muitos. Uma noite, durante o serão, caiu-lhe a cabeça. Fizeram-lhe um enxerto mas pegou mal. Tenham cuidado.

MERCADO GITANO

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SER TOSCO

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Aguiar-Branco, Ministro da Defesa, foi a Timor fazer não sei quê, provavelmente uma trampa inconsequente. Aguiar-Branco—bem como qualquer outro ministro português—não devia ir a Timor enquanto os timorenses não reconhecessem a má educação e primarismo, para dizer o mínimo, revelados na forma como expulsaram magistrados portugueses que ali se encontravam em missão de cooperação. Um acto claro de hostilidade se fosse praticado por gente decente. Felizmente, não foi o caso. Xanana Gusmão é tosco e tem bebido pouco chá ao longo da vida—talvez, só tuaca.
Interrogado por um jornalista sobre se aproveitara a oportunidade para pedir desculpa ao Ministro português, respondeu agastado: "Eu ofendi Portugal? Acha que eu ofendi Portugal? Acha que eu ofendi Portugal?”.
Naturalmente que, segundo os parâmetros encefálicos de Xanana, a coisa não teve a mínima importância e ele não ofendeu ninguém—foi tudo matéria trivial. Mas as coisas ensinam-se e ensinar Xanana era uma boa forma de cooperar com Timor.
O mal é que o Governo português come e cala e, mais dia menos dia, vem outro arroto mal cheiroso de Díli. Somos muito amigos, mas devagar! Vai ser malcriado para o raio que te parta.
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CORTA MATO DE ÉVORA

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Junte os cromos e vá colando na caderneta. Quando estiver completa, recebe uma fotografia do Zezito autografada.
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PRIMAVERA

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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

OS GRANDES VELEIROS

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Batalha de Texel
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ALL'S WELL THAT ENDS WELL

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Era uma vez um funâmbulo que, com vara, caminhava no arame e fazia as mais arriscadas piruetas sem cair. Exibia-se ultimamente em Paris de França onde apurava a arte do funambulismo em academias superiores. Subsidiado por um tal Silva e pela mãe, que não olhavam a despesas para que não lhe faltasse nada, frequentava os mais luxuosos lugares da capital. Era um privilegiado, apesar de não ter bens pessoais.
Um dia vara caiu de supetão e o artista perdeu o equilíbrio. Funambulismo sem vara é complicado. Na bela noite de Outono de 22 do décimo primeiro mês, chegava a Olisipo para mais um espectáculo de funambulismo na TV estatal, quando é assaltado por colectores de tributos e cívicos façanhudos e armados. Arrastado para uma masmorra, três noite ali dormiu, sendo de dia levado a visitar um palácio no Parque das Nações onde convivia com um tal Alexandre—um dos maiores  especialistas mundiais em funambulística, funâmbulos e funambulismos.
Aprazado com o que ouviu, Alexandre deu-lhe guarida, com direito a cama, mesa, roupa lavada e tempo livre para meditar sobre a arte. Todos esperam que seja bem-vindo no novo lar e o aproveite a preparar novos espectáculos para nosso regalo futuro. Já Shakespeareque não o conheceu infelizmentedizia: All's Well That Ends Well.
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FILARMÓNICA DO LIXO

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Em Cateura, no Paraguai, num bairro muito pobre junto a uma lixeira municipal, os habitantes reciclam materiais, fazendo inclusivamente instrumentos de música com a ajuda de um professor: violinos, flautas, violoncelos e por aí fora. Têm uma orquestra, Filarmónica do Lixo, onde tocam jovens e crianças. Música de Mozart, Beethoven e Vivaldi ajuda-os a viver com o handicap da miséria.
Divulgue este vídeo onde lhe for possível, usando o seguinte código para embutir: 

<iframe src="//player.vimeo.com/video/52711779" width="500" height="375" frameborder="0" webkitallowfullscreen mozallowfullscreen allowfullscreen></iframe>
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A CIDADE POR TRÊS CANUDOS

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JÁ DIZIAM OS ROMANOS

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No artigo do "Expresso" citado abaixo, há pouco mais de uma hora, José Gomes Ferreira, escreve também:

[...] Não, o que está a acontecer em Portugal, com a queda do Grupo Espírito Santo e de Ricardo Salgado, as detenções de altos funcionários públicos no caso dos Vistos Gold e a detenção de José Sócrates, não é uma desgraça: é a Grande Clarificação do Regime, a derrocada do Crony Capitalism, o capitalismo lusitano dos favores e do compadrio.
É revoltante saber que o Parlamento aprovou sem hesitar todos os regimes especiais de regularização tributária, os RERT I, II e III, quando sabiam que a respectiva formulação jurídica iria apagar todos os crimes fiscais associados à repatriação do dinheiro de origem obscura que tinha sido posto lá fora. Os deputados foram previamente avisados desse gigantesco efeito de "esponja" pelos mesmos altos responsáveis tributários que me avisaram a mim...
Os mesmos RERT que passaram uma esponja sobre as verbas de Ricardo Salgado e as do receptador agora identificado no caso do ex-primeiro Ministro. 
Mas há esperança. Tal como o País está a mudar, o Parlamento também há-de mudar.[...]

 Está quase tudo certo. Aquilo em que Gomes Ferreira se engana está escrito no último parágrafo. Não! Não há esperança nenhuma. Nem muda o País, nem o Parlamento, nem o Governo, nem os portugueses—o problema é genético. A menos que ocorra uma mutação, ou alguns de milhares de mutações, continuaremos entregues aos bichos.
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PERFIL

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SEMI-EIXO DO MAL


José Gomes Ferreira escreve hoje no "Expresso", a respeito do "caso Zezito", entre outras coisas, o seguinte:

[...] E é extraordinário ver que a maior parte do tempo de debate sobre esta mediática detenção é gasta em condenações à maneira de actuar das autoridades judiciais, como se fosse dever dos investigadores convidarem o suspeito para uma conversa amena num agradável bar de hotel, por ter ocupado o cargo que ocupou.[...]

Sobre a matéria, saliento a crónica de Clara Ferreira Alves, dias antes no mesmo jornal. Aí, a Clarinha dá um excelente exemplo do seu estilo: sempre pronta a atacar tudo e todos pela tolerância com a corrupção e os corruptos, é a primeira a levantar o pêlo quando um mais que provável corrupto não é tratado como um rei—o que a Clarinha cultiva é o exibicionismo disfarçado com posições polémicas. É preciso ganhar a vida e manter a audiência pelo método "Eixo do Mal", mesmo atirando a coerência às urtigas.
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