Estava a ouvir a TSF quando surgiu um programa chamado “Bloco Central” que conta com a preciosa colaboração desse politólogo imparcialíssimo de seu nome Pedro Adão e Silva, e do oráculo iluminado pelo Além e indispensável à cultura nacional chamado Pedro Marques Lopes. E de que falaram as ditas personalidades, aguardadas com sofreguidão pelo auditório nacional e internacional, astecas e patagónicos incluídos? Pois dedicaram o seu tempo a uma matéria original, inexplorada, imprevisível e inspirada: “O Tiro ao Álvaro”!
E porque se dedicaram ao “Tiro ao Álvaro”? Porque, ainda
o Álvaro não tinha nascido e já Pedro Marques Lopes sabia que o ministério do
Álvaro era uma burrice, dada a experiência que o opinador tem de gerir
ministérios daqueles; e porque sabe talqualmente que o Álvaro é uma nódoa desde que
viu a luz do dia na maternidade. E porque Pedro Adão e Silva, cujo nome dá
ideia da antiguidade da sua experiência da vida, acha que o Álvaro não está à
altura de integrar um governo herdeiro do património político concebido pela
luminária socrática. E também porque é muito mais fácil fazer "Tiro ao Álvaro" do que discutir o estado social em situação real de ruína financeira, sem eructar banalidades sobre o que deve ser tal estado, por exemplo; ou discutir sem demagogia um Serviço Nacional de Saúde que nem os americanos têm possibilidade de pagar.
Embora o receptor de que disponho consuma energia
insignificante, a bem da diminuição da poluição pelo CO2 produzido na geração
dessa exacta energia; da prevenção da poluição acústica no meu bairro; da
profilaxia da surdez, minha e dos vizinhos; e do melhor para a Nação
Portuguesa, apressei-me a desligar o receptor.
Serve a presente para aconselhar todos os leitores a
fazer o mesmo e seguirem o meu exemplo. Vão ver que têm uma tarde muito mais
descansada.
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