sábado, 17 de março de 2012

CARRASCO OU VÍTIMA?

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A identidade do militar americano que há dias, e em poucos minutos,  fuzilou sumariamente 16 civis do Afeganistão, incluindo crianças e mulheres, foi agora revelada. Trata-se do sargento Robert Bales, de 38 anos, que havia servido anteriormente no Iraque, onde terá sido ferido duas vezes, sofrendo traumatismo craniano numa delas e lesões num pé que levaram à amputação parcial do membro na outra. O sargento Bales vive em Lake Trapps, no estado de Washington, é casado e tem dois filhos de 3 e 4 anos. Enfrenta agora acusação grave, o seu julgamento poderá durar anos, e é provável que seja condenado à morte. Tudo  somado,a chacina que praticou e o seu caso pessoal e familiar, estamos em presença dum drama de contornos indescritíveis.
É a guerra, dir-se-á. É, de facto, a guerra, mas não só. É também a guerra feita por profissionais sujeitos a stress cumulativo insuportável, com comissões repetidas em locais de enorme tensão. Haverá, provavelmente, militares capazes de resistir a tal. Mas um exército é constituído por milhares e está na cara que a maioria não resiste à pressão psicológica necessária para manter comportamentos aceitáveis. É o sargento Bates um monstro ou uma vítima das circunstâncias em que se meteu? Talvez um bocado de cada coisa.
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