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Cultura é um termo com várias acepções. Uma delas
relaciona-se com o conjunto de características duma população, como a língua,
religião, hábitos, história, memória colectiva, valorização do espaço,
preservação do ambiente e por aí fora. Neste sentido, a cultura não é estática –
sofre evolução permanente, sob a influência de múltiplos factores cada vez mais
actuantes em consequência da pressão crescente dos meios de comunicação. O
fenómeno é objecto de estudo da chamada Dinâmica Cultural, ramo que agrupa
sociólogos, antropólogos, politólogos, economistas, historiadores e muitos
outros.
Ou seja, é ciência tipicamente pluridisciplinar, dada a
complexidade das forças em jogo. Recorde-se que nas sociedades animais, de
outros primatas por exemplo, também existe um perfil bem claro equivalente à
nossa cultura – modo de ocupação do espaço comum, acasalamento, cuidado dos
filhos, hábitos alimentares, etc. Só que tais sociedades são quase estáticas,
ao contrário das humanas. Passam a “cultura” intacta de geração em geração,
verificando-se apenas alguma evolução quando lhes é imposta mudança de habitat.
O homem muda, e muda constantemente. Mas não tanto como se possa imaginar. Na
realidade, pode dizer-se que apenas faz variações em mi menor, de acordo com o
ponto de vista dos topologistas.
Topologia (topo, do grego topos que significa lugar e logia
de logos que significa estudo) é uma corrente engraçada. Para abreviar o esclarecimento
do que é, recorramos a um exemplo, o da chávena de café e do donut. Em que é
que estes dois objectos são equivalentes? Para um topologista, são equivalentes
porque ambos têm um buraco: o donut no meio e a chávena na asa! De acordo com
os topologistas, se a chávena fosse moldável podia-se modificá-la, deixando o
buraco da asa e colocando o resto da chávena em volta dele, dando-lhe a forma
de donut! Sem tirar nada e sem acrescentar nada, um adquire a forma do outro.
Será assim que funciona a dinâmica cultural, fenómeno social estudado pela
Dinâmica Cultural. Isto é, mudamos o património colectivo, respeitando os
buracos, sem tirar nem pôr nada – variações, portanto.
Chegado a este ponto, acho que os topologistas são uns
desmancha-prazeres. Afinal, não saímos da cepa torta, ao contrário do que
presumimos! O melhor é não tomar conhecimento. Topologistas?!!! Pfff!...
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domingo, 4 de março de 2012
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