domingo, 4 de março de 2012

TOPOLOGIA!

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Cultura é um termo com várias acepções. Uma delas relaciona-se com o conjunto de características duma população, como a língua, religião, hábitos, história, memória colectiva, valorização do espaço, preservação do ambiente e por aí fora. Neste sentido, a cultura não é estática – sofre evolução permanente, sob a influência de múltiplos factores cada vez mais actuantes em consequência da pressão crescente dos meios de comunicação. O fenómeno é objecto de estudo da chamada Dinâmica Cultural, ramo que agrupa sociólogos, antropólogos, politólogos, economistas, historiadores e muitos outros.
Ou seja, é ciência tipicamente pluridisciplinar, dada a complexidade das forças em jogo. Recorde-se que nas sociedades animais, de outros primatas por exemplo, também existe um perfil bem claro equivalente à nossa cultura – modo de ocupação do espaço comum, acasalamento, cuidado dos filhos, hábitos alimentares, etc. Só que tais sociedades são quase estáticas, ao contrário das humanas. Passam a “cultura” intacta de geração em geração, verificando-se apenas alguma evolução quando lhes é imposta mudança de habitat. O homem muda, e muda constantemente. Mas não tanto como se possa imaginar. Na realidade, pode dizer-se que apenas faz variações em mi menor, de acordo com o ponto de vista dos topologistas.
Topologia (topo, do grego topos que significa lugar e logia de logos que significa estudo) é uma corrente engraçada. Para abreviar o esclarecimento do que é, recorramos a um exemplo, o da chávena de café e do donut. Em que é que estes dois objectos são equivalentes? Para um topologista, são equivalentes porque ambos têm um buraco: o donut no meio e a chávena na asa! De acordo com os topologistas, se a chávena fosse moldável podia-se modificá-la, deixando o buraco da asa e colocando o resto da chávena em volta dele, dando-lhe a forma de donut! Sem tirar nada e sem acrescentar nada, um adquire a forma do outro. Será assim que funciona a dinâmica cultural, fenómeno social estudado pela Dinâmica Cultural. Isto é, mudamos o património colectivo, respeitando os buracos, sem tirar nem pôr nada – variações, portanto.
Chegado a este ponto, acho que os topologistas são uns desmancha-prazeres. Afinal, não saímos da cepa torta, ao contrário do que presumimos! O melhor é não tomar conhecimento. Topologistas?!!! Pfff!...
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