terça-feira, 6 de março de 2012

DIREITO LUNAR

.
Em Julho, faz 43 anos que o homem pôs o pé pela primeira vez na Lua. E a última vez que lá voltou foi em Dezembro de 1972, faz antes do próximo Natal 40 anos. Voltará? É mais que provável.
A companhia americana Space Adventures está a procurar milionários aventureiros para financiar uma missão lunar cujo fim é circum-navegar o nosso satélite. E a China fala de lá construir uma base permanente. E há mais!
Mesmo que só pequena parte desses projectos tenha realização, os problemas que se levantam são enormes. Em primeiro lugar, de quem é a Lua? Os primeiros astronautas que lá foram disseram que a entregavam à humanidade. Mas que título tinham para poder fazer tal oferta, isto é, a Lua era deles? O facto de serem os primeiros a chegar tornou-os proprietários, como os antigos europeus ficaram proprietários das terras onde chegaram através do mar? Não creio que seja legítimo nos tempos actuais tal raciocínio.
A Antárctida não é de ninguém. Mas existe um tratado, assinado pelas nações mais poderosas do mundo, onde isso está escrito. E não são lá permitidas algumas actividades, como operações militares, exploração de recursos e coisas do tipo. Só actividades de investigação científica. Mas sobre a Lua, a Rússia ou a China não assinaram nada. A Lua está à mercê da vontade desses países e, eventualmente de outros. Vai haver o cuidado de preservar vestígios históricos de valor inenarrável como a primeira pegada do homem fora da Terra, ou os restos do material científico que os astronautas deixaram para trás? Com o provável turismo, será o vandalismo, tal como se verificou na Terra com as amostras de rocha lunar distribuídas a todas as nações e cuja maioria está em parte incerta, depois de terem sido roubadas.
É agora o tempo de começar a pensar no Direito da Lua. Antes de começar a alarvice. A experiência já demonstrou que é sempre assim. Pelo menos desta vez, aja-se a tempo.
.

Sem comentários:

Enviar um comentário