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O que segue é o excerto da descrição duma viagem de
comboio nos Estados Unidos feita por Charles Dickens, no livro “American Notes”
(1842).
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[...] Qualquer fala consigo ou com quem quer que lhe
desperte simpatia. Se você é inglês, espera que o caminho de ferro seja
parecido com o inglês. Se lhe diz “não”, ele diz “sim?” (interrogativamente) e
pergunta qual é a diferença. Você enumera as principais diferenças uma por uma
e ele diz “sim?” outra vez a cada uma (ainda interrogativamente). Então, calcula que você não viaja mais rapidamente em
Inglaterra; e quando lhe responde, diz “sim?” (ainda interrogativamente), e é
evidente que não acredita. Depois de longa pausa comenta, parcialmente para si,
parcialmente para o cabo da bengala, que os ianques também são considerados gente
voltada para a frente; e quando lhe diz “sim”, ele diz “sim” (agora
afirmativamente); e, depois de olhar pela janela, esclarece que por trás
daquela colina e a três milhas da próxima estação, há uma cidade interessante,
numa localização excelente, que espera seja o seu destino. A resposta
negativa, naturalmente, leva a mais perguntas sobre o seu itinerário; e,
qualquer que seja o destino, invariavelmente fica a saber que não consegue lá
chegar sem imensa dificuldade e perigo, e que todas as grandes vistas são
noutro lugar qualquer. [...]
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