sábado, 17 de março de 2012

A NUVEM PASSAGEIRA

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A área do Oceano Árctico coberta por gelo durante o Verão tem vindo diminuir em consequência do aquecimento global, seja ele devido à acção do homem, ou de causa natural. Não interessa. O facto é que será possível ver-se, dentro de poucos anos, o gelo desaparecer completamente nesse Oceano no período estival. Tal será grave porque a água subjacente ao gelo está saturada de metano, especialmente nas zonas de baixa profundidade das costas do Norte da Sibéria, Canadá e Alasca, metano que seria libertado nessas condições. O metano tem efeito estufa superior ao dióxido de carbono e, além de teoricamente aumentar o aquecimento global, teria impacto terrível nas populações indígenas dessas áreas. A libertação abrupta de metano em regiões geladas pode ter sido a causa de, há 55 e há 251 milhões de anos, muita da vida na Terra ter sido extinta.
Especialistas britânicos de Geo-engenharia vêm propondo uma solução contra a ameaça: a construção de torres emissoras de “nuvens brancas” na região Árctica, ou próximo dela, por exemplo nas Ilhas Faroé e também nas ilhas do Estreito de Bering. Durante o Verão, a água do mar seria bombeada para altas torres, usando qualquer energia renovável, e depois lançada na atmosfera sob a forma de pequeníssimas partículas de água, em volta das quais condensaria o vapor do ar, formando nuvens de gotas minúsculas, muito claras, que reflectem bem a radiação solar, impedindo grande parte dela de chegar ao solo.
É matéria complicada esta porque o uso de gotas de água sem a dimensão adequada pode ter efeito contrário, ao agravar o aumento da temperatura. O investimento é de 200.000 £ e não tem margem de manobra para asneiradas.
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