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Neste espaço da Via Láctea, mais concretamente em volta das
coordenadas 38,7 graus de Latitude Norte e 9,1 graus de Longitude Este do
planeta Terra, há alguma dificuldade em apreender o conceito da muito decantada
liberdade de imprensa, valor democrático fluído, sem volume constante nem forma
própria - cada um toma a que quer, como a água benta, e molda-a a seu gosto
também. Isto é, trata-se de indispensável exigência se usada para apontar o
dedo ao outro, mas abusiva e caluniosa se é o outro a aponta-lo a nós. É via de
sentido único que assegura a impunidade de uns tantos diletantes da comunicação
social, detentores da verdade.
Num dos últimos números do jornal “Expresso”, Miguel
Sousa Tavares narra um episódio ocorrido há anos com ele e com Luís Marinho, em
que este não terá ficado muito bem na fotografia. Não sei se foi exactamente
como contado, nem isso interessa agora, mas Luís Marinho não gostou e, em face disso,
escreveu ao jornal a dar explicações. A sua carta foi publicada discreta e
apagadamente na secção de Cartas do Leitor.
Esta semana, na sua coluna do mesmo jornal, Mário Crespo
refere-se ao facto e diz que Luís Marinho tinha o direito de defender-se no
mesmo espaço, com o mesmo destaque e sem comentários.
Hoje leio no “Correio da Manhã” que Mário Crespo foi
dispensado de colaborar com o “Expresso”. E que, numa nota distribuída pelo
semanário e intitulada “Uma questão de rigor”, se diz que a crónica de Crespo
assenta em pressupostos errados e contém conclusões falsas e injuriosas para o
jornal.
Por isso, foi sumariamente despedido, digo eu!
Voltando à crónica de Mário Crespo, verifico que só lá
diz o irrefutável: Miguel Sousa Tavares soprou no trombone para divulgar um
facto de há oito anos, capaz de enxovalhar um homem que nem sei quem é e também
não interessa; e quando esse homem se dirige ao jornal para se defender, este
dá-lhe um pífaro de barro para o fazer. Nisto não há pressupostos errados, nem
sem ser errados, porque nem sequer há pressupostos. O mesmo para conclusões
falsas e injuriosas para o jornal. Simplesmente, os seus responsáveis viajam na
via de sentido único e não aceitam que alguém tente viajar em sentido
contrário.
sábado, 10 de março de 2012
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