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James Lovelock é cientista ambiental de renome, Fellow da
Royal Society, autor de inúmeras peças sobre o aquecimento global, muito conhecido
pelo livro intitulado “A Vingança da Gaia”, em que Gaia é a Terra descrita por
Lovelock como um ser vivo. Lovelock tem 92 anos e tem estudado muito. Também tem
aprendido muito com a experiência da vida, percebeu-se agora.
Em 2006, escreveu, num artigo do jornal britânico “The Independent”,
entre outras profecias apocalípticas, que em consequência do aquecimento, antes
do fim deste século, milhares de milhões de seres humanos iriam morrer e os
poucos casais sobreviventes, reprodutores da espécie humana, viveriam no Ártico
onde o clima permaneceria tolerável.
Isto e muito mais era o antes; porque o depois é como segue.
Em entrevista à BBC, admitiu que as projecções da evolução climática feitas
pelos computadores não são fiáveis, disse que os críticos do aquecimento
antropogénico podem ter alguma razão, e que tem havido alarmismo excessivo de
várias pessoas, Al Gore incluído. Disse mais, mas não interessa mastigar.
Sempre me deixou de pé atrás a militância de algumas
pessoas sobre certas matérias. Assistimos a isso com a depleção do ozono, mas a
moda passou. Passou, mas ficaram muitas dúvidas e coisas por explicar. Agora
assiste-se ao folhetim do aquecimento, transformado em verdadeira cruzada. Pelo meio
há gente apanhada em contradições, alguma em aldrabices, e agora em contrições.
Gostava de acreditar que são apenas casos de entusiasmo bem intencionado,
embora excessivo; mas, sem ter chegado à idade de James Lovelock, já aprendi
que há gente para tudo. Por isso, gosto muito da posição do Senhor dos Passos,
isto é, de pé atrás.
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