Há quatro dias, rejubilava eu com a greve dos pilotos daTAP, princípio do fim duma companhia que configura insensato luxo num País falido,
e factor de consumpção das finanças públicas. Dizia então que o orgulho na TAP
é pura manifestação de saloiada; só comparável ao brasão do fidalgo arruinado,
acrescento hoje.
Ontem, Vasco Pulido Valente falava do mesmo, na crónica do
"Público" e diz a folhas tantas:
[...] O turismo em
constante crescimento ajudou a manter a companhia (TAP) durante as parcas décadas da II República (ou III, se quiserem), mas
não chega para a manter contra a
concorrência do low cost e dos grandes conglomerados que cobrem o mundo. Não chegou na Suíça, não
chegou em Itália, não chegou em Espanha e por aí fora. Mas, desgraçadamente,
este simples facto não entrou na cabeça dos governantes, nem na da gentinha que
se exalta com as “vitórias” do futebol ou do sr. João Santos que ganhou o
campeonato da Europa de caligrafia. Para esses representantes do amolecimento cerebral
da Pátria, a TAP é um bocadinho de Portugal no estrangeiro e, não se percebe porquê,
uma ajuda para extorquir dinheiro ao Brasil, a Angola ou até a Moçambique. Com
um balcão da TAP e uma hospedeira portuguesa, a saloiice indígena rejubila.
[...]
E a terminar:
[...] Claro que os pilotos levarão a companhia à
ruína e à sua venda por um preço vil. Mas se é esse o sacrifício que temos de fazer
para curar a megalomania doméstica (pelo menos, neste capítulo), o sacrifício
vale a pena. Também saímos de África e não ficámos pior. As cenas da TAP ou por
causa da TAP acabam por nos prejudicar muito mais do que depender de um serviço
estrangeiro organizado e fiável. E os srs. pilotos que depois tratem de si como
puderem. Nós já estamos fartos do assunto e dos penduras patrióticos que nos querem
meter a mão na algibeira.
Já somos dois.
A TAP USA CEROULAS DE MALHA!
MORRA A TAP, MORRA! PIM!
MORRA A TAP, MORRA! PIM!
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