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Perante o "chumbo", no Tribunal Constitucional,
da tosquia dos funcionários públicos e dos pensionistas promovida pelo Governo,
Passos Coelho vem dizer agora ter de ajustar as suas escolhas de modo a serem
consideradas constitucionais. Até aqui, ficamos só com um pezinho atrás.
Quando diz a seguir que num ano se reduziram
substancialmente os consumos intermédios na administração pública, o pezinho
anda um nadinha em direcção à retaguarda.
Depois da afirmação de que "Quem hoje disser que
temos de substituir a poupança gerada
pela suspensão do 13º e do 14º mês em redução de despesa pública, tem de dizer
quanto é que quer que se corte no Serviço Nacional de Saúde e nas escolas
públicas em Portugal", além do pezinho ainda mais atrás, a fralda dos
portugueses fica molhada.
Começa a tornar-se claro que a alternativa ao que o
Tribunal Constitucional "chumbou" vai ser a singela manobra de tosquiar
a direito todo o Zé Povinho, sem excepções, aumentando até os proventos
governamentais com tal "solução", quase "final". Isto é, o
Governo, além da tosquia e da redução da oferta nos serviços de saúde e
educação, não vê solução alternativa, coisa mais aterradora que o mostrengo do fim do
mar.
Os escândalos que são os contratos com as empresas das
PPP, os honorários devidos a escritórios de advocacia e a empresas de consultores das coisas mais exóticas que produzem projectos e pareceres direccionados em
linha recta ao caixote do lixo ao preço do ouro de lei, os gastos supérfluos com
mordomias do terceiro mundo e outras benesses menos significativas
monetariamente, mas simbolicamente pesadíssimas, e toda uma panóplia de
estipêndios inenarráveis na administração pública ficam incólumes.
Passos Coelho é bom rapaz, estou convencido disso. Passos
Coelho tem boas intenções. Passos Coelho até tem alguma coragem nas coisas que
faz, como esta da tosquia de funcionários e pensionistas. Mas Passos Coelho não
tem peso político para começar a cortar por onde devia. É um jovem saído
da incubadora das juventudes políticas, sem passado e à procura de futuro, que se
borra todo se enfrenta a Maçonaria, os escritórios de advogados, os lóbis
económicos, os barões do partido e até, pasme-se, o Relvas. Passos Coelho tem
medo do Relvas, que não vale nada, e que
não sabe nada, e que nem é inteligente nem decente, nem zero!
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