Dizem as notícias de hoje que os investigadores do CERN
encontraram sinais de nova partícula subatómica, com grande probabilidade de ser a
partícula de Higgs. É a coisa mais importante dos jornais deste dia, depois da
crónica de Baptista Bastos no "Diário de Notícias".
Recapitulando, a partícula - não a crónica! - dá massa à
matéria do universo que, de outra forma, seria uma "sopa" de partículas
semelhante à que existiu fugazmente a seguir ao Big Bang, chamada plasma de
quarks e gluões. A figura em baixo mostra esquematicamente a cangalhada de
partículas que terá saído desse Bang dito Big.
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Logo a seguir, começaram a formar-se novas partículas -
os protões e os neutrões - por associação das partículas anteriormente
referidas. Com elas formou-se depois o núcleo de átomos e depois os átomos leves, as
estrelas, os átomos pesados - nessas estrelas por fusão nuclear - com núcleo
e leptões à volta (os electrões -ver figuras em baixo), a Terra, a vida, blá, blá, blá.
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Chegados aqui, pergunta-se onde entra a partícula de
Higgs. É que toda a conversa anterior não era possível se não houvesse uma
força que mantivesse as partículas agrupadas nas várias estruturas referidas.
Higgs, físico teórico, como são todos os físicos atómicos, disse que tinha de
haver uma força que impedisse as partícula de se afastarem
umas das outras à velocidade da luz, diluindo o plasma de quarks e gluões sem
que se formasse coisa alguma: nem o governo de Passos Coelho, nem nós, nem o Baptista
Bastos, nem Higgs, nem o Cristiano Ronaldo.
Imaginemos uma sala cheia de cientistas onde, às tantas,
entra um sábio importante. Correm todos a rodeá-lo e a fazer perguntas. O homem
não pode mexer-se. O sábio é uma partícula, o que o impede de fugir é o campo
de Higgs e aquela malta chata é o bosão de Higgs.
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O campo de Higgs é como a neve alta onde enterramos os
pés e não conseguimos correr para fugir. Só com ele temos massa - não me refiro
a euros, bem entendido, porque isso nem com a partícula de Deus.
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