quinta-feira, 5 de julho de 2012

SOLUÇÃO FINAL

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O Tribunal Constitucional reuniu e deliberou esta coisa complexa: ou o Governo corta os subsídios de férias e Natal a todos os trabalhadores e pensionistas, ou não corta a ninguém.
É, de facto, matéria difícil de desbravar! Podia dizer-se que o Governo fez muito bem ao tramar quem estava mais à mão para ser tosquiado, poupando os outros à tosquia. Mas o Tribunal pensou, analisou, ponderou e acha que não - ou são todos tosquiados, ou não é ninguém! Felizmente, ainda há gente com estudos que sabe decidir assim.
Acho até que o Governo podia ter procedido de outra maneira, ainda mais expedita: cortava simplesmente as pensões todas, integralmente - não falo só dos subsídios acima referidos, mas das pensões propriamente ditas de todos os meses - e deixava os que trabalham na mesma. Tinha este procedimento duas vantagens. Primeiro, evitava choques com os sindicatos, pouco interessados em pensionistas que não fazem greves. Depois, desbastava rapidamente a população a viver parasitariamente à custa do erário público, constituída pelos reformados, verdadeiro escolho no acerto das contas públicas com que todos os governos, desde o 25 barra 4, se têm preocupado muito.  Não fosse essa peste dos pensionistas e as contas já estariam certas há um ror de tempo.
O problema dos pensionistas passa por uma coisa tipo "solução final", digo eu. Naturalmente, claro, mais asseada e adequada ao tempo. A inanição progressiva, através do fecho gradual da torneira do orçamento que os sacia, parece boa ideia. Aí, os sábios do Tribunal Constitucional iam ter mais dificuldades porque não se punha o problema de cortar a uns e não cortar a outros: a razia era geral e, por isso, constitucional. Poderia abrir-se uma excepção ou outra, nomeadamente com os aposentados do Banco de Portugal, ou com os políticos e peraltas assim, mas coisa sem significado. O que interessa para efeitos de constitucionalidade  são as grandes linhas, está bom de ver.
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